A família de Murilo Oliveira de Freita Marques, de 4 anos de idade, pede ajuda para conseguir uma vaga no Hospital Irmã Dulce, em Praia Grande, para o garoto diagnosticado com problemas renais. A criança começou a apresentar inchaço no rosto e no corpo, o que preocupou os parentes.
A tia de Murilo, Micheli Oliveira Sobral, de 32 anos, conta que ele foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Quietude quando apresentou os primeiros sintomas. “Eles disseram que o Murilo está com problemas renais, e ele precisava fazer exames. Só que lá na UPA não tem recursos, por isso levamos ele no Hospital Irmã Dulce”.
Após a realização de um exame de sangue, quando a família voltou para buscar o resultado, a equipe do hospital afirmou que o exame havia sido perdido. “Pediram para a gente voltar no dia seguinte de manhã, e perderam de novo, duas vezes seguidas”, diz. A tia da criança ainda conta que foi pedido que Murilo fizesse uma ultrassonografia dos rins, mas nenhuma unidade de saúde de Praia Grande oferece o exame.
“Devido todo esse descaso no Irmã Dulce, minha irmã resolveu tirar ele de lá. Falaram para ela que na UPA do Quietude tinha o exame de ultrassonografia, e ela foi para lá, porém lá também não tem. O caso dele se agravou, e minha irmã ficou com medo de tirar o menino de lá”, relata Micheli.
Depois de dois dias aguardando uma vaga para internação, Murilo pôde ser internado no Hospital Irmã Dulce. A unidade, no entanto, não possui especialista em nefrologia pediátrica. “Estamos desesperados, vendo ele todo inchado e ninguém tomar nenhuma providência”, desabafa a tia. A direção do hospital informou que a equipe do Pronto-Socorro foi orientada a solicitar uma nova vaga via Sistema Cross.
“O médico foi super ignorante falando que iria internar por obrigação, mas que lá não tem o tratamento correto para o Murilo. Minha irmã disse que eles só foram para o quarto às 5 horas da manhã, e ele foi transferido 17h de ontem [quarta]. Colocaram ele na UTI porque lá ele tem condições de fazer mais exames”, conta a tia.
Procurada pela redação de ATribuna.com.br por volta de meio-dia desta quarta-feira (19), a direção do Hospital Irmã Dulce informou, às 18h49, que a criança já havia conseguido a vaga para internação. Leia a nota na íntegra:
A direção do Hospital Municipal Irmã Dulce informa que o paciente M.O.F.M. deu entrada na unidade no dia 17, sendo acolhido e recebendo toda a assistência necessária ao seu caso. Foi atendido, realizou coleta de exames laboratoriais e raio-x. Após nova avaliação do caso no dia 18/02, a equipe médica solicitou mais exames para elucidação diagnóstica e realizou o pedido de internação do paciente. Porém, a mãe de M.O.F.M. recusou a internação, se retirando com o paciente do Irmã Dulce.
A queixa relacionada a uma suposta perda de exame não procede, pelo fato dos resultados serem armazenados em um sistema informatizado na unidade. O que ocorreu apenas foi a solicitação de novos exames, necessários para o diagnóstico do paciente.
Por fim, esclarecemos que, na madrugada desta quarta-feira (19) a unidade recebeu uma solicitação por parte do PS Quietude de um leito em enfermaria com suporte em Nefrologia Pediátrica. Como o Irmã Dulce não é referência para este tipo de atendimento, não possuindo o recurso solicitado, a equipe do Pronto-Socorro foi orientada a solicitar a vaga via Sistema CROSS.