Com síndrome rara, paciente chega a esperar três semanas por exame em Praia Grande

Família e amigos correm contra o tempo para reverter efeitos da doença de Guillain-Barré, que paralisa o corpo

Por: Marcela Ferreira & De A Tribuna On-line &  -  17/07/19  -  13:13
Com diagnóstico preciso, paciente tem chances de voltar a andar
Com diagnóstico preciso, paciente tem chances de voltar a andar   Foto: Arquivo pessoal

Internado desde o dia 25 de junho no Hospital Irmã Dulce, em Praia Grande, Alexandre Silva de Souza corre contra o tempo atrás de tratamento para a síndrome de Guillain-Barré, uma condição rara que compromete os movimentos do corpo atacando os nervos. A esposa de Alexandre, Michele dos Santos Souza, conta que eles chegaram a esperar três semanas por uma ressonância magnética.


Em relacionamento há nove anos, Michele e Alexandre enfrentam juntos a batalha contra a doença. “Nunca tinha ouvido falar nessa síndrome, então, quando os médicos falaram o que poderia ser, fiquei com muito medo. Cacei o chão e não achei”, desabafa a esposa.


Diagnóstico


Michele conta que a suspeita da síndrome de Guillan-Barré começou quando o marido caiu em casa. Ele perdeu os movimentos das pernas e foi levado ao hospital, onde foram feitos exames.


Outro exame decisivo para o diagnóstico foi a ressonância magnética, que levou três semanas para ser realizada, uma vez que o Hospital Irmã Dulce não é referência para o procedimento. Em nota, a unidade informou que dependia de uma vaga – solicitada à Secretaria Estadual de Saúde – para fazer a ressonância. O exame foi feito na última segunda-feira (15).


Professor de Neurologia do curso de Medicina da Universidade Metropolitana de Santos (Unimes), Mauro Gomes explica que a doença normalmente aparece após um quadro infeccioso. “Em geral, o organismo dá sinais da doença, como formigamento nos pés e mãos, levando à paralisia”. O médico também conta que a doença é autoimune, isto é, os anticorpos passam a combater não só a doença, como também atacam os nervos.


Michele dos Santos Souza conta que marido esperava por ressonância magnética desde sua internação
Michele dos Santos Souza conta que marido esperava por ressonância magnética desde sua internação   Foto: Arquivo pessoal

Esperança


Grande amigo de Alexandre, Marcos Aurélio Nascimento também pede mais conscientização sobre o problema. “A síndrome de Guillain-Barré também afeta o psicológico. A gente só espera que não aconteça o pior”, diz.


Nascimento tem esperanças de que, com o tratamento, seu amigo possa voltar a andar. “Quanto antes a gente conseguir o tratamento, mais chances a gente tem de reverter o caso. Todos nós gostamos muito dele, sempre foi muito querido. É uma mistura de sentimentos”, desabafa.


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