Autônomos de Praia Grande sofrem com diminuição de trabalhos durante pandemia

Categoria de “faz tudo” também sofre os impactos gerados pelo coronavírus

Por: Thiago D'Almeida  -  04/04/21  -  09:10

Quando você precisa de um pequeno reparo, seja ele na parte elétrica ou estrutural em sua casa, normalmente, procura um “faz tudo”, correto? Mas, durante a pandemia de coronavírus, com as regras de distanciamento, os trabalhos para essa categoria de profissionais autônomos se tornaram cada vez mais escassos, mesmo que sigam as orientações de assepsia. A equipe de A Tribuna conversou com pessoas do ramo que vivem na cidade de Praia Grande e coletou relatos preocupantes para o contexto financeiro de algumas famílias que dependem diretamente dos serviços. Confira a videorreportagem acima.


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O autônomo Breno Junio Menezes explicou as maiores dificuldades enfrentadas pela categoria desde o início da pandemia. “Por conta dessas restrições do Município e Governo, não conseguimos comprar material para trabalhar. É uma área que ‘engloba’ tudo, construção civil, elétrica, hidráulica e pintura. Além disso, os preços estão muito altos, o que dificulta para fecharmos orçamento”, diz. “Os clientes têm dificuldade com valor e material. E, agora, com essas restrições de circulação e serviços essenciais, praticamente ficamos parados”.


Perguntado sobre o ‘lockdown’, disse que o período mais restritivo complicou ainda mais a sua vida profissional e financeira. “Piorou duas vezes. Nesse primeiro ano, consegui trabalhar mesmo com dificuldades. Mas, agora, com essa nova restrição, praticamente parou tudo. Eu estava em duas obras de reformas elétricas bem grandes, mas tive que parar”, explica. “80% da renda da minha casa é fruto do meu suor, então, quando estou parado, não ganhamos”.


Breno disse que o período mais restritivo complicou ainda mais a sua vida profissional e financeira
Breno disse que o período mais restritivo complicou ainda mais a sua vida profissional e financeira   Foto: Thiago D'Almeida/AT

Por sua vez, Joel Caires considera que o início da pandemia foi o período mais critico para os seus negócios, uma vez que precisou parar algumas obras em andamento. “Eu estava fazendo [obras] em um apartamento em São Vicente, então, dependia da ‘condução’ coletiva. Tinha muito medo, cada vez que encostava no banco, passava o álcool”, relembra.


"Peguei um trabalho só e, depois, proibiram a entrada nos prédios e residências”, conta Caires. “A dificuldade, agora, é a de locomoção, afinal, ‘não podemos’ andar em transportes coletivos. Agora, trabalho de máscara até quando estou sozinho e ando com álcool em gel no bolso”.


Joel relatou as dificuldades enfrentadas durante período mais restritivo
Joel relatou as dificuldades enfrentadas durante período mais restritivo   Foto: Thiago D'Almeida/AT

Por fim, Jeferson Novaes de Souza, que além de autônomo, é porteiro em um prédio em Praia Grande, contou que as suas finanças sofreram abalos por conta da diminuição da procura por seus serviços como “faz tudo”.


“Mexeu completamente. Antes da pandemia, tínhamos um determinado orçamento. Hoje em dia, ninguém nos ‘pega’ para trabalhar ou quer gastar com reformas. Estão evitando e isso acaba nos prejudicando”, diz Souza. “Prejudica a parte financeira, afinal, se não trabalharmos, não entra dinheiro. Prejudicou completamente!”.


Jeferson é autônomo é também trabalha como porteiro
Jeferson é autônomo é também trabalha como porteiro   Foto: Thiago D'Almeida/AT

A equipe de A Tribuna entrou em contato com a Prefeitura de Praia Grande para identificar as medidas da cidade em relação aos autônomos. Confira, abaixo, na íntegra, a nota emitida:


A Prefeitura de Praia Grande ressalta que segue tomando medidas para reduzir o impacto para os setores da economia local que estão sendo afetados devido os desdobramentos da pandemia da covid-19.


Ao longo desta pandemia a Administração Municipal vem adotando duas linhas de atuação: salvar o máximo de vidas possíveis e também manter o funcionamento dos comércios.


Por conta do trabalho preventivo desenvolvido na Cidade e também da estrutura da Saúde existentes para o enfrentamento da covid-19, em determinado momento o Município adotou diretrizes próprios não acatando a faixa do Plano São Paulo e mantendo os comércios abertos.


Infelizmente, com a atual escalada de casos e internações no Município se faz necessário atender a ‘fase emergencial’ do Plano, com a liberação momentânea apenas do funcionamento de serviços essenciais.


A Prefeitura solicita ainda o apoio e a colaboração da população nesta fase tão delicada e importante de enfrentamento da pandemia. Cada um deve fazer a sua parte, usando máscara, álcool em gel e praticando o distanciamento social e saindo de casa apenas para ações essenciais.


Ações – A Prefeitura de Praia Grande está adotando novas medidas para amenizar os impactos da pandemia.


A Cidade anunciou, no último dia 12, que mais de 8 mil famílias residentes na Cidade receberão o auxílio de cestas básicas pelos próximos dois meses. A medida beneficiará pessoas que estão em vulnerabilidade social e ainda profissionais de alguns setores da economia.


Outra ação que será detalhada em um novo decreto municipal que deverá ser publicado em breve diz respeito as taxas cobradas pela Prefeitura para liberação de atuação de determinadas atividades. Serão prrogados até dezembro de 2021 os pagamentos dos alvarás de permissionários e também do comércio em geral.


Nos últimos meses, alguns setores receberam através de recursos próprios da Prefeitura de Praia Grande um auxílio financeiro como, por exemplo, os transportadores escolares. Esses profissionais contaram com três parcelas de auxílio no valor de R$ 1.500.


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