Pandemia faz preço do arroz e feijão disparar nos supermercados em SP

Levantamento de uma empresa de tecnologia aponta ainda escalada nos custos de leite, massas e enlatados. Alta procura por reflexos da quarentena justifica elevação

Por: Por ATribuna.com.br  -  25/06/20  -  17:13
Arroz e feijão registraram elevação nos preços cobrados nos supermercados
Arroz e feijão registraram elevação nos preços cobrados nos supermercados   Foto: Alexsander Ferraz/AT

O tradicional prato do brasileiro está mais salgado e já pesa no orçamento das famílias. O preço médio do arroz e do feijão, base da alimentação nacional, disparou  desde o início da pandemia da Covid-19. É o que conclui levantamento realizado por uma empresa de tecnologia e inteligência de negócios de varejo físico. 


O estudo levou em consideração o comportamento dos preços no período de 10 de fevereiro a 04 de maio. Itens de primeira necessidade – arroz, feijão, leite, massas, enlatados e carnes bovinas – foram os principais produtos que tiveram seus preços analisados pela consultoria.  


Conforme o estudo, o preço médio do arroz subiu 4,55% no Sudeste. Para o feijão, a volatilidade observada é ainda mais acentuada. O valor do grão saltou 18,6% na mesma região – sendo a mais elevada para esse item no Brasil.  Levantamento feito por ATribuna.com.br, indica que o reajuste nos produtos teve movimento similar nos supermercados da Baixada Santista. 


O preço do leite também disparou, em média, 9,26%. Segundo a associação civil que reúne os principais representantes e produtores rurais de leite (Conseleite), a recomposição do custo desse alimento na entressafra era um movimento esperado em função da queda na lactação e do impacto da seca em mais de 300 municípios gaúchos. E também reflete o aquecimento do consumo nos primeiros dez dias do mês devido à formação de estoques pelas famílias no início da pandemia. 


A carne bovina foi o único produto que apresentou recuo em todas as praças pesquisadas. No Sudeste, o decréscimo foi de -1,95%. Nos enlatados, também tiveram queda de -2,05%. Já as massas, as oscilações foram de leve alta (0,10%). 


“O objetivo era entender o quanto a pandemia estaria ou não impactando os preços dos principais produtos da cesta básica da população. Começamos a análise dos dados a partir do décimo dia do segundo mês do ano, para garantir que não haveria interferência de altas sazonais motivadas pelo Carnaval. Com esta delimitação, a avaliação sobre a interferência da pandemia nestes preços é mais assertiva”, explica Rodrigo Diana, cientista de dados da InfoPrice. 


Limpeza


Os produtos de limpeza também pesaram no bolso do consumidor no período. Contudo, o vilão dos preços no início da pandemia, o custo do álcool gel recuou 10%. Esses itens tiveram ligeira escalada justamente pelo aumento da procura. 


Diana esclarece ainda que os resultados obtidos são decorrentes de ponderações de medianas nas oscilações dos produtos. “ A partir dos resultados, fizemos o agrupamento por categoria e também por região, de onde vêm os resultados médios apresentados para cada macrorregião do País. Isso nos permite ter uma abordagem muito mais assertiva e que reflete melhor a variação dos preços no varejo”.  


A pesquisa comparou a variação dos preços em 469 lojas físicas e 171.218 datapoints (unidade de observação estatística), que são um conjunto de informações que vão desde o nome do produto, seu preço, a loja em que ele se encontra, se ele está em promoção ou não, entre outras informações relevantes para precificação, sendo esse conjunto individual para cada produto único em cada loja. 


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