ONG procura voluntários que tenham interesse em hospedar intercambistas na região

Através da ONG AIESEC, intercambistas de todo o mundo têm a oportunidade de conhecer a Baixada Santista para trabalhar em projetos sociais

Por: Guilherme Gaspar & De A Tribuna On-line &  -  24/05/19  -  16:06
  Foto: Matheus Pestana / Arquivo Pessoal

Nos últimos anos, os intercâmbios viraram o sonho de consumo de muitos jovens que, já no Ensino Médio, decidem vivenciar a realidade em outro país. Enquanto muitos brasileiros vão ao exterior, muitos estrangeiros chegam ao Brasil. Entre as ONGs que possibilitam este tipo de experiência está a AIESEC. Por meio dela, intercambistas de todo o mundo vêm à região da Baixada Santista para trabalhar em projetos sociais.


Entre os meses de junho e julho, cerca de 50 voluntários irão desembarcar em Santos, Cubatão, São Vicente e Guarujá para desenvolver suas atividades. Da mesma forma que os intercambistas chegam nos projetos para trabalhar de forma totalmente voluntária, seus 'hosts' (anfitriões) também oferecem a hospedagem durante o período de seis semanas sem que exista um custo ao intercambista.


Para que um host esteja apto a hospedar, é necessário cumprir os requisitos como: fornecer uma refeição, ter um local separado para o intercambista dormir (colchão ou cama), acesso permitido a ambientes comuns da casa (banheiro e cozinha) e wi-fi para que o voluntário possa se comunicar com sua família.


"Quem confere se tudo está alinhado com o padrão da AIESEC é o time de Lar Global. Com ele, somos capazes de oficializar a proposta ao anfitrião", explica Andressa Kelly, presidente do comitê local. "Por conta da restrição de idade em nossos modelos de intercâmbio, disponíveis para pessoas de 18 a 30 anos, proporcionamos a oportunidade do anfitrião participar ativamente da rotina do voluntário, mesmo que tenha uma idade superior a essa faixa etária".


De acordo com Lorena Martínez, vice-presidente responsável pela área que agiliza o processo de vinda do intercambista para a Baixada Santista, a criação do par (intercambista e host) passa por diversos critérios até ser consagrada. "A seleção é feita através da análise dos dois perfis, por meio de uma pesquisa. Assim, encontramos os pares adequados, que compartilham o mesmo estilo de vida", explica.


A experiência


Paulo Gonçalvez, servidor público, está hospedando um intercambista da AIESEC pela primeira vez. "Até o momento a experiência tem sido muito boa. O Kevin está na minha casa há quatro semanas. É um processo de aprendizagem, porque um acaba treinando o idioma do outro. Estamos também descobrindo partes desconhecidas das duas culturas. Vejo isso como uma oportunidade para desenvolver o espírito de companheirismo e solidariedade".


Segundo Paulo, um dos grandes prazeres da experiência está na possibilidade de apresentar a cultura nacional e regional para os outros. "Já fomos ao forró, fizemos aulas de surf. É uma experiência que eu pretendo repetir mais vezes", diz. Para aqueles que enxergam o idioma como uma grande barreira, o servidor tranquiliza. "Existindo uma tolerância mínima, é possível existir a compreensão. No final de tudo, sempre conseguimos nos entender".


Kevin Giraldo, o intercambista hospedado por Paulo, é colombiano e, antes de chegar ao Brasil, não sabia muito sobre a cultura do país. "Durante as últimas semanas aprendi um pouco de cada coisa, incluindo a culinária. Meu host me ensinou a cozinhar alguns pratos típicos do Brasil. Quando retornar ao meu país, pretendo apresentá-los aos meus amigos".


Maria Ramirez, outra intercambista que está trabalhando voluntariamente na região, também nasceu na Colômbia. "Estou achando essa troca de cultura muito legal, porque conseguimos ir além do idioma. Por sinal, acho que meu português está melhorando cada vez mais". Diferente de Kevin, Maria sabia um pouco sobre a região. "Não é tão quente como o nordeste, por onde estive antes de chegar aqui. Sabia ainda da existência das cidades vizinhas, como São Vicente e Guarujá".


Matheus Pestana foi membro da organização e teve diversas oportunidades para hospedar intercambistas em sua casa. "Foram tantos que até já perdi a conta", revela. Ele acredita que os grandes pontos positivos de uma troca cultural são o respeito e a empatia. "Viver a diversidade é um dos valores que estão mais presentes na minha vida, e hospedar intercambistas faz com que eu tenha essa experiência a cada dia que passa".


Interessados em receber um voluntário em casa durante o período de seis semanas devem realizar uma pré-inscrição pelo site oficial da AIESEC. Dentro de alguns dias, um membro do comitê local entrará em contato através de algum meio cadastrado no formulário.


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