No Dia da Síndrome de Down, inclusão e autonomia são caminhos de felicidade

Especialista diz que é importante a família incentivar e garantir uma maior independência de quem tem Down

Por: Tatiane Calixto & Da Redação &  -  21/03/20  -  23:57
Casis Urnikes Neto, de 22 anos, marca presença em todos os jogos do Peixe no Alçapão
Casis Urnikes Neto, de 22 anos, marca presença em todos os jogos do Peixe no Alçapão   Foto: Matheus Tagé/AT

Neste sábado (21), é comemorado o Dia Internacional da Síndrome de Down. Ano após ano, a data se propõe a combater o preconceito, fomentar a inclusão e, também, celebrar a conquista da autonomia que pode ser fundamental para uma vida mais feliz das pessoas com Down.


Segundo a psicóloga e coordenadora da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de São Vicente, Suely Ribeiro Costa, apesar de cada pessoa ser única, é importante a família incentivar e garantir uma maior independência de quem tem Down.


Suely explica que para cada um é uma realidade diferente. Daí, a necessidade de identificar as dificuldades. Porém, mais do que isso, diz a psicóloga, é importante descobrir as potencialidades e capacidades.


“Uma regra que, na verdade, serve para todo mundo”, diz ela. Respeitar os limites e incentivar as habilidades é uma chave capaz de desenvolver a autoconfiança, algo fundamental para o sucesso de qualquer ser humano.


Apoio


Mesmo que no início tenha sido quase uma intuição, foi a vontade de incentivar e oferecer o maior número de ferramentas à filha o que moveu Biaraci Alves Bezerra, mãe de Vitória, de 18 anos. Quando ela recebeu o diagnóstico da menina, logo foi em busca de conhecimento.


“Não tinha como não amá-la e esse amor me levou para a Apae. Porque eu queria oferecer recursos para que ela pudesse ter independência”, lembra.


Hoje, Vitória ajuda nas tarefas de casa, a preparar o almoço, cuida da sobrinha pequena e já se prepara para o próximo desafio: entrar no mercado de trabalho. “Em casa todos colaboram para que ela crie essa a autonomia”.


“É importante entender que a criança com Down vai crescer e passar por todas as fases que todo mundo passa’, ressalta Suely. Por conta dos avanços na Medicina e na própria sociedade, ela lembra que pessoas com Down chegam cada vez mais à velhice. E prepará-los para isso é fundamental”.


Planos


Quem vai aos jogos do Santos Futebol Clube, na Vila Belmiro, já pode até conhecê-lo. Casis Urnikes Neto, de 22 anos, marca presença em todos os jogos do Peixe no Alçapão. Ele já até viralizou na internet regendo a bateria da Torcida Sangue Jovem, mas nem de longe essa é a única atividade dele.


“Eu faço academia, ajudo em casa, arrumo a cama e banheiros, estudo, vou ao teatro. Gosto de comida, família, filmes. E eu quero morar sozinho, sair com os amigos e casar", diz ele alegre e convicto.


Casis também está fazendo cursos e se preparando para assumir as responsabilidades de um emprego. Para a mãe dele, Lígia de Fátima Costa, ouvir os planos do filho até dá um friozinho na barriga. Mas ela sabe que com a criação que ele teve, esses sonhos e metas viriam.


“Ele tem uma vida normal e eu sempre tive esse cuidado de lutar pela independência dele. Isso o torna feliz”, diz. O segredo, conta, é ensiná-los e permitir que eles coloquem em prática, afinal, eles podem.


Logo A Tribuna
Newsletter