Neste sábado (21), é comemorado o Dia Internacional da Síndrome de Down. Ano após ano, a data se propõe a combater o preconceito, fomentar a inclusão e, também, celebrar a conquista da autonomia que pode ser fundamental para uma vida mais feliz das pessoas com Down.
Segundo a psicóloga e coordenadora da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de São Vicente, Suely Ribeiro Costa, apesar de cada pessoa ser única, é importante a família incentivar e garantir uma maior independência de quem tem Down.
Suely explica que para cada um é uma realidade diferente. Daí, a necessidade de identificar as dificuldades. Porém, mais do que isso, diz a psicóloga, é importante descobrir as potencialidades e capacidades.
“Uma regra que, na verdade, serve para todo mundo”, diz ela. Respeitar os limites e incentivar as habilidades é uma chave capaz de desenvolver a autoconfiança, algo fundamental para o sucesso de qualquer ser humano.
Apoio
Mesmo que no início tenha sido quase uma intuição, foi a vontade de incentivar e oferecer o maior número de ferramentas à filha o que moveu Biaraci Alves Bezerra, mãe de Vitória, de 18 anos. Quando ela recebeu o diagnóstico da menina, logo foi em busca de conhecimento.
“Não tinha como não amá-la e esse amor me levou para a Apae. Porque eu queria oferecer recursos para que ela pudesse ter independência”, lembra.
Hoje, Vitória ajuda nas tarefas de casa, a preparar o almoço, cuida da sobrinha pequena e já se prepara para o próximo desafio: entrar no mercado de trabalho. “Em casa todos colaboram para que ela crie essa a autonomia”.
“É importante entender que a criança com Down vai crescer e passar por todas as fases que todo mundo passa’, ressalta Suely. Por conta dos avanços na Medicina e na própria sociedade, ela lembra que pessoas com Down chegam cada vez mais à velhice. E prepará-los para isso é fundamental”.
Planos
Quem vai aos jogos do Santos Futebol Clube, na Vila Belmiro, já pode até conhecê-lo. Casis Urnikes Neto, de 22 anos, marca presença em todos os jogos do Peixe no Alçapão. Ele já até viralizou na internet regendo a bateria da Torcida Sangue Jovem, mas nem de longe essa é a única atividade dele.
“Eu faço academia, ajudo em casa, arrumo a cama e banheiros, estudo, vou ao teatro. Gosto de comida, família, filmes. E eu quero morar sozinho, sair com os amigos e casar", diz ele alegre e convicto.
Casis também está fazendo cursos e se preparando para assumir as responsabilidades de um emprego. Para a mãe dele, Lígia de Fátima Costa, ouvir os planos do filho até dá um friozinho na barriga. Mas ela sabe que com a criação que ele teve, esses sonhos e metas viriam.
“Ele tem uma vida normal e eu sempre tive esse cuidado de lutar pela independência dele. Isso o torna feliz”, diz. O segredo, conta, é ensiná-los e permitir que eles coloquem em prática, afinal, eles podem.