As medidas de flexibilização em relação à reabertura gradual dos setores de comércio e serviços no Estado, a partir do dia 11 de maio, só serão possíveis se o índice de isolamento social for alto. Na Baixada Santista, São Vicente, com 66%, e Itanhaém, com 62%, estavam entre as 20 cidades paulistas com as melhores taxas na última terça-feira (21).
Os números, registrados pelo Sistema de Monitoramento Inteligente (SIMI) do Estado, foram divulgados pelo governador João Doria em entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira (23), no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo.
“Estas cidades serão atendidas pelo programa de flexibilização. Nas outras, quem vai ditar as medidas são a área de Medicina e Saúde", disse Doria, baseando-se nos números de terça-feira.Na quarta (dia 22), o indice de isolamento social cai a 56% em São Vicente e a 60% em Itanhaém.
O governador mostrou-se preocupado com os 48% registrados nesta terça (21) na região metropolitana da Capital, e disse que se a taxa de isolamento estiver abaixo de 50%, não será possível flexibilizar as medidas restritivas a partir de 11 de maio.
O secretário de Saúde do Estado, José Henrique German, chamou a atenção para a importância de se manter a taxa de isolamento social alta para que os hospitais também possam atender a demanda de infectados pela Covid-19.
“Estamos numa curva ascendente, em uma velocidade baixa. Não estamos em curva descendente, precisamos manter o isolamento social, com 60% como meta e 70% como ideal, para que a curva continue em velocidade mais baixa. E, com isso, o sistema de saúde não seja colapsado”.
Apelo aos prefeitos
O governador pediu que os prefeitos dos 645 municípios sigam a quarentena decretada até o dia 10 de maio no estado e não flexibilizem as medidas restritivas.
“Faço um apelo aos prefeitos que não se precipitem, não cedam à pressão local, seja de onde for, para liberar mesmo que parcialmente o comércio e os serviços”.
João Doria disse que vai optar sempre pelo diálogo com os prefeitos, mas não descartou ir à Justiça contra as prefeituras de cidades que desobedecerem à quarentena.
“Se não fizerem [valer a quarentena], por rebeldia ou por ordem pessoal ou política, nós teremos que adotar medidas judiciais. Preferimos o diálogo, mas se necessário utilizaremos a força da Justiça”.