Números apontam déficit habitacional elevado na Baixada Santista

De acordo com as prefeituras, a Baixada Santista enfrenta defasagem de até 106 mil residências voltadas a famílias com renda de até três salários mínimos (R$ 2.994,00).

Por: Da Redação  -  10/08/19  -  22:51
Em Santos, cerca de 3.200 famílias moram em palafitas, das quais 2.341 vivem no Dique da Vila Gilda
Em Santos, cerca de 3.200 famílias moram em palafitas, das quais 2.341 vivem no Dique da Vila Gilda   Foto: Irandy Ribas/ AT

Cinco anos após o anúncio, a Caixa Econômica Federal finalmente autorizou a construção de 1,5 mil apartamentos no Jardim Raphael, em Bertioga. O empreendimento concentrará três de cada dez moradias na região asseguradas pelo Governo Federal via programa Minha Casa, Minha Vida. Contudo, a novidade não aliviará o deficit habitacional na Baixada, já superior a 100 mil moradias. 


De acordo com as prefeituras, a Baixada Santista tem 5.273 unidades asseguradas pelo programa habitacional federal. Porém, enfrenta defasagem de até 106 mil residências voltadas a famílias com renda de até três salários mínimos (R$ 2.994,00).  


Juntas, Guarujá (30 mil) e São Vicente (28 mil) concentram mais da metade do deficit de habitações regional. Cubatão (15 mil), Santos (10,5 mil) e Praia Grande (5,5 mil) vêm na sequência. Cubatão (15 mil), Praia Grande (5,5 mil) e Peruíbe (5 mil) aparecem depois. 


Avanço 


Com defasagem de 3,5 mil residências, Bertioga pode reduzir em 42% essa marca com os imóveis no Jardim Raphael. Trata-se do maior empreendimento regional do Minha Casa, Minha Vida. A previsão é que as obras sejam iniciadas nos próximos meses e gerem até mil postos de trabalho diretos e indiretos.  


Orçada em R$ 170 milhões, a iniciativa conta com recursos dos governos Federal e Estadual. O prefeito Caio Matheus (PSDB) diz que a complexidade do empreendimento foi responsável pela demora. Os trabalhos serão executados pela empresa Qualyfast Construtora, em parceria com entidades pró-moradias populares. 


O empreendimento será formado por 75 blocos de condomínios, com cinco andares. Cada ala – formada por 15 prédios – receberá um nome de planta nativa da Mata Atlântica. Os apartamentos terão dois quartos, sala, cozinha, banheiro e área de serviço.  


Mais unidades 


Exceto em São Vicente e Itanhaém, as demais cidades dispõem de projetos do programa Minha Casa, Minha Vida. Praia Grande habilitou 11 empreendimentos, que somam 722 unidades. A Prefeitura afirma manter estudos para a construção de residenciais de interesse social. 


Peruíbe foi selecionada em 2018, com o projeto de 580 unidades no Jardim Caraminguava. Essas intervenções ainda aguardam diretrizes de contratação pelo Governo Federal. 


Mongaguá espera a liberação de recursos para iniciar dois projetos no Agenor de Campos, que somam 334 unidades. Segundo a Diretoria de Habitação, o deficit no Município está em torno de 4 mil moradias. 


Cubatão mantém 80 unidades em construção na Vila Esperança e aguarda a aprovação de outras 720 na mesma comunidade. 


Guarujá espera a aprovação de dois projetos, um deles na região do Jardim dos Pássaros e outro na Enseada. Em Santos, 1.337 unidades serão custeadas com verba federal. A Cohab-Santista estima que 3.200 famílias santistas morem em palafitas. Desse total, 2.341 residem no Dique da Vila Gilda e outras 859, no São Manoel. 


Esperança  


Os municípios da região afirmam manter parcerias com o Governo do Estado, por meio da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), para a construção de unidades, e fazem estudos em busca de lotes para futuros projetos habitacionais. 


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