Mutirão de cidades da Baixada Santista faz a diferença com 8.500 máscaras

Projeto em Santos e Praia Grande reúne 80 voluntários

Por: Régis Querino & Da Redação &  -  26/04/20  -  17:44
Roberta e Ana Lúcia integram grupo que tem trabalhado muito
Roberta e Ana Lúcia integram grupo que tem trabalhado muito   Foto: Matheus Tagé/AT

Uma grande rede de solidariedade, que começou com cinco amigas e hoje reúne 80 membros, faz a diferença na rotina de centenas de pessoas em Santos e Praia Grande. Até sexta-feira (24), o projeto Máscaras Fraternas produziu 8.500 máscaras de TNT. Os produtos são distribuídos em policlínicas e hospitais da região. 


Tudo começou no dia 15 de março, quando a pedagoga Ana Lucia Caetano, de 57 anos, e outras quatro amigas começaram a fazer máscaras para distribuir para instituições que atendem pessoas em situação de rua. 


“Começamos a escutar que também havia necessidade de máscaras nos hospitais públicos. Então, nos organizamos para atender uma parcela desse pessoal. Mais gente entrou no projeto e formamos dois grupos: um de cortadeiras e outro de costureiras”. 


Com a ajuda de amigos que bancam a compra do material para a confecção das máscaras, o trabalho começou com a produção de 150 unidades por dia e atingiu a produção de 900 em alguns dias da semana passada. As máscaras são descartáveis e podem ser usadas por um período de até quatro horas.


“Em hospitais grandes, um lote com mil máscaras dá para três, quatro dias. Por isso, a necessidade é cada vez maior, e precisamos de outros grupos trabalhando nessa frente”. 


A meta das idealizadoras do Máscaras Fraternas é inspirar novas iniciativas. “É preciso ter uma logística. Posso mostrar, é fácil, mas, quanto mais gente, fica mais difícil administrar”, diz a professora aposentada Roberta Ferreira Soares Petin Antonio, de 56 anos, que faz parte do grupo.


Espírito renovado 


Respeitando as regras do isolamento social, cada integrante do grupo trabalha de sua casa. Os contatos são virtuais ou por telefone, a não ser para aqueles que fazem a coleta e a entrega do material ou a distribuição das máscaras. Mesmo separados na maior parte do tempo, o espírito de equipe é a marca registrada do movimento.


“As pessoas têm amado fazer isso. Nos pacotes que enviamos, mandamos diversos bilhetes, com mensagens como ‘Tudo vai passar!’ ou ‘Vai dar tudo certo!’. É uma rede grande de muito amor, bonita de ver”, observa Roberta.


Para alguns membros do projeto, ocupar o tempo participando de uma ação de solidariedade durante a pior crise sanitária do século renova o sentimento de esperança e é um alívio ao espírito. “A gente doa, mas recebe muito mais”, diz Roberta.


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