Metade da Baixada Santista dependerá do auxílio emergencial, diz estudo

Projeções são do Senado Federal; estimativas citam até 970,9 mil pessoas na região com acesso ao benefício do Governo Federal

Por: Por ATribuna.com.br  -  07/05/20  -  20:20
Estudo indica que entre 38% e 53% da população regional deve precisar do recurso da União
Estudo indica que entre 38% e 53% da população regional deve precisar do recurso da União   Foto: Alexsander Ferraz/AT

Um em cada dois moradores da Baixada Santista poderá depender do auxílio emergencial de R$ 600 repassado para trabalhadores informais pelo governo Federal. Simulações do Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão do Senado, sinalizam que até 53% da população local precisará do abono enquanto perdurar a quarentena para conter a escalada do novo coronavírus. 


O percentual é o mais levado dos cenários projetados pelos técnicos do órgão. Caso seja mantido essa faixa, mais de 970,9 mil pessoas das nove cidades teriam acesso ao benefício emergencial, conforme projeções da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados Estatísticos (Seade). E, ao menos, R$ 582.540.000 seriam injetados na economia local por mês.  


Os dados fazem de uma séria e simulações com base nos dados da Caixa Econômica Federal (CEF) e Dataprev até 1º de maio. Assim, entre 80 milhões e 112 milhões de brasileiros podem depender do recurso emergencial para superar a crise financeira por conta das restrições mais duras de circulação de pessoas. 


Segundo a Caixa Econômica Federal (CEF), 46 milhões de pessoas se inscreveram, mas 10,8 milhões tiveram o benefício negado. Outros 13,7 milhões terão de completar o cadastro e um milhão aguarda o processamento dos dados. 


Se levar em consideração os dados mais modestos do estudo do Senado, esse número somaria mais 63 milhões de brasileiros e uma despesa de R$ 120,4 bilhões. A cifra é quase o valor que o Tesouro Nacional reservou para fazer os pagamentos – R$ 123 bilhões. 


No cenário extremo, seriam pagos R$ 218 bilhões a 112 milhões de brasileiros (53% da população). O montante supera 77,2% ao teto de gasto federais para superar a crise financeira provocada pela pandemia de Covid-19.  


Para chegar a essa faixa, todos os incluídos no Cadastro Único se tornariam aptos e o número de informais aderentes teria de triplicar – sinalizando uma piora no quadro de desemprego no país. Nesta quinta-feira (7), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que o colapso econômico não é maior devido ao pagamento do benefício. 


Contudo, os pesquisadores responsáveis pelo estudo, indicam que o cenário mais provável é o que considera uma faixa de 38% dos brasileiros dependentes do benefício. Na Baixada Santista, esse percentual equivaleria a 696 mil moradores. 


O analista da IFI Alessandro Casalecchi cita que nessa simulação haveria a inclusão de mais 17 milhões de pessoas com direito ao saque mensal e uma despesa de R$ 154,4 bilhões aos cofres nacionais. Isso equivale a cinco anos de gastos do Bolsa Família. Na Baixada Santista, esse percentual equivaleria a 696 mil moradores. 


As simulações consideram as regras atuais e validade de três meses – caso a quarentena dure mais tempo, o governo deverá ampliar o prazo.  


O Senado aprovou projeto que aumenta as categorias contempladas pelo auxílio emergencial (como motoristas de aplicativos, taxistas, caminhoneiros, músicos, pescadores artesanais, catadores de materiais recicláveis, mães adolescentes e pais solteiros), entre outras mudanças, com despesa adicional estimada em R$ 13 bilhões pelo Ministério da Economia. 


Beneficiados 


São três grupos de beneficiários que receberão R$ 600 ou R$ 1.200 por três meses. O primeiro é formado por trabalhadores informais que se cadastraram via aplicativo da Caixa. São 20 milhões já recebendo e que devem se tornar 40 milhões no cenário mais moderado da IFI. 


O segundo é formado por cidadãos que já recebiam o Bolsa Família (com valor médio de R$ 191,86) e agora vão receber um valor maior. A expectativa é que o número de beneficiados suba de 19 milhões para 20 milhões. Entre eles, destacam-se os que estão na Bahia (13% do gasto), em São Paulo (10%), em Pernambuco (8,2%) e no Ceará (7,9%). 


O terceiro é composto por inscritos no Cadastro Único do governo, mas que não recebiam Bolsa Família. São 10,8 milhões já recebendo o valor, mas que devem chegar a pelo menos 20 milhões. 


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