Câmara de Mongaguá veta comissão para investigar possíveis 'servidores fantasmas'

Vídeo que circulou nas redes sociais mostrava servidora com diversos cartões de ponto, registrando o horário de trabalho de outros funcionários

Por: De A Tribuna On-line  -  03/04/19  -  18:05
Vereadores apontam ''fortes suspeitas'' de desvios na Câmara de Mongaguá
Vereadores apontam ''fortes suspeitas'' de desvios na Câmara de Mongaguá   Foto: Nirley Sena/AT

A Câmara de Mongaguá rejeitou o Projeto de Resolução 3/2019, de autoria do vereador Professor Alex (PSB), que propunha a criação de uma Comissão Especial de Inquérito para apurar denúncia sobre 'servidores fantasmas' na prefeitura.


A proposta precisava de nove votos favoráveis para prosperar. No entanto, recebeu apenas cinco, enquanto outros sete vereadores foram contrários ao tema, em sessão na última segunda-feira (1º). Carlos Cafema (PRP), presidente do Legislativo, não votou porque, segundo o regimento interno, o chefe da Casa só vota em casos de empate.


Foram favoráveis ao projeto Luciano Lara (Podemos), Rodrigo Casabranca (PSDB), Professor Alex (PSB), Leo (DEM) e Ari da Operária (PP). Já Baianinho (MDB), Carlão da Imobiliária (PDT), Claudio Arena (PRP), Guilherme Prócida (PSDB), Guinho (PRP), Tubarão (Solidariedade) e Zé Pedro (PPS) foram contrários.


"[O projeto] vem para atender pedido da população, que solicita esclarecimentos sobre o caso. Eu acho que não fica bem para os poderes públicos municipais Executivo e Legislativo ficarem omissos a isso, não fazerem o que estiver ao alcance para esclarecer à população o caso que circulou, e que todos os moradores têm ciência", defendeu Professor Alex.


O pessebista explicou que, há aproximadamente duas semanas, começou a circular nas redes sociais um vídeo onde uma servidora pública bate 33 cartões no relógio de ponto de uma repartição pública municipal. "O fato gerou inúmeras demonstrações de revolta e repúdio. Inclusive, pedidos para que a Câmara de Mongaguá instaure uma Comissão Especial de Inquérito para averiguar o caso", ponderou Professor Alex.


Entre os questionamentos expressos na propositura, estavam: Quem é a servidora? Ocupa cargo efetivo ou comissionado? Há quanto tempo trabalha no setor? Se comissionada, com a indicação de quem assumiu cargo? Quem são as pessoas donas dos cartões de ponto? Quantas são concursadas e quantas comissionadas? Quem fez a indicação dos comissionados? Por que não bateram seus próprios cartões? O fato é corriqueiro? O mesmo acontece em outras repartições? Todos são coniventes? Desde quando essa prática ocorre?


Ao término da fala, o pessebista recebeu aplausos dos munícipes que acompanhavam a sessão. Baianinho rebateu a proposta. O vereador disse que conhece a servidora que aparece na filmagem e garantiu que a funcionária é "uma pessoa idônea, honesta e de bom caráter".


Segundo o emedebista, muitos funcionários que realizam a limpeza do município não possuem tempo nem para almoçar, quanto mais para registrar o horário de trabalho no relógio de ponto. Ele também aproveitou para criticar a postura do autor do projeto.


"O Alex fala como se aqui fosse uma cidade sem lei, um governo que não está nem aí para a população, que não tem respeito pela população. Posso adiantar que foi aberto um processo administrativo dentro da prefeitura para apurar os fatos. E podem me cobrar. Eu desafiei o vereador diversas vezes, por mentiras aqui nessa tribuna, questionando licitações. Que ele viesse aqui, que tivesse a hombridade de ler as respostas que vieram da prefeitura, de toda a impunidade que a prefeitura estaria cometendo. Até agora não vi, e diversas respostas foram enviadas a ele", disparou o parlamentar.


Em meio a manifestações nas galerias do Legislativo, ele se comprometeu a trazer respostas quanto aos desdobramentos do processo administrativo em questão, e disse que as críticas eram de "meia dúzia que torce o nariz aqui porque perdeu seu emprego na prefeitura".


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