Júnior Bozzella busca solução para crise na saúde da Baixada Santista

Deputado federal comenta primeiros movimentos na Câmara dos Deputados, como a criação da Frente Parlamentar Mista dos Portos brasileiros e a interlocução com ministros

Por: Bruno Gutierrez & De A Tribuna On-line &  -  13/02/19  -  09:08
Júnior Bozzella disse que projeto visa ampliar a discussão e que ainda pode retirá-lo
Júnior Bozzella disse que projeto visa ampliar a discussão e que ainda pode retirá-lo   Foto: Arquivo/AT

Júnior Bozzella (PSL-SP) é um dos novos nomes da Câmara Federal. Membro do partido do presidente da República, Jair Bolsonaro, ele integra a segunda maior bancada da Casa, com 52 representantes, somente atrás do PT, com 56.


Segundo o parlamentar, o início de mandato em Brasília tem sido de muito trabalho, com a criação da Frente Parlamentar Mista dos Portos brasileiros e a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que tratará do BNDES, por exemplo.


Com pautas como segurança, infraestrutura e saúde como prioridades, o deputado garante ter buscado a interlocução direta com ministros para destravar algumas situações. Entre elas, buscar uma alternativa para os recentes cortes nos convênios das cidades da região com a Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo. Entre eles, o custeio do Hospital dos Estivadores e da UPA da Zona Noroeste, ambos em Santos.


“Pudemos expor a gravidade da situação e pedir auxílio urgente para que seja revisto o aporto do Governo Federal destinado ao Complexo Hospitalar dos Estivadores, que passaria de R$ 500 mil mensais para R$ 1,5 milhão. Também aproveitamos a ocasião para pleitear o custeio de parte do funcionamento da Unidade de Pronto Atendimento [UPA] da Zona Noroeste, que será inaugurada no próximo dia 18. O ministro [Luiz Henrique Mandetta, da Saúde] compreendeu a importância dos equipamentos e se demonstrou bastante sensibilizado com nosso apelo”, adianta Júnior Bozzella.


AT - Como foi a primeira semana na Câmara dos Deputados?


Júnior Bozzella - Como eu gosto e esperava: repleta de trabalho! Tivemos uma agenda e tanto, abrimos a sessão da 56a Legislatura oficializando a criação da Frente Parlamentar Mista do Porto de Santos e demais portos brasileiros. Fui coautor da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de Brumadinho, coautor da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do BNDES, fui pessoalmente levar as demandas aos ministérios e participei de pelo menos três reuniões com ministros, só nessa primeira semana, onde tratamos de assuntos importantíssimos para a população, como as questões do Porto e Saúde na região.


Também organizei um encontro com especialistas, trabalhadores portuários, representantes de diversos sindicatos e lideranças políticas do setor para discutir um novo modelo de gestão para o Porto de Santos. Utilizei a Tribuna da Câmara por duas vezes nesta semana, para ter um contato direto e bem franco com a população, e dei início às plenárias do nosso mandato participativo, realizando encontros tanto na região da Baixada como em algumas cidades do interior.


Essa primeira semana já deu o tom de como será o nosso mandato: transparente, participativo e pautado pelas necessidades da população.


AT - O PSL apoiou a candidatura de Rodrigo Maia à presidência da Casa. Como o senhor avaliou a escolha?


Bozzella - A articulação política do Rodrigo Maia, que uniu um grande bloco a favor da sua candidatura, favorecia que ele ganhasse a eleição automaticamente. A nossa estratégia em apoiá-lo foi uma escolha inteligente, para estarmos inseridos de forma direta nas comissões mais importantes e representativas da Casa, o que vai garantir a governabilidade que precisamos para a aprovação das pautas do governo que são do interesse de toda a nação. Em paralelo, também foi um movimento craniado no sentido de isolar o PT, para que eles não conseguissem obstruir os projetos que são fundamentais para o Brasil voltar a crescer, gerar emprego e, consequentemente renda.


AT - Inicialmente, o senhor chegou a lançar seu nome como postulante ao cargo de presidente da Câmara. Por que o senhor abriu mão da disputa?


Bozzella - Coloquei o meu nome à disposição do partido para a disputa em um primeiro momento por entender a necessidade de um processo de renovação. Mas, compreendi a decisão das lideranças partidárias e segui em sintonia, por ser um homem de grupo, além de entender que as pautas do governo, que interessam a toda a nação, são prioridade e precisam de aprovação.


AT - Muitos dos congressistas se elegeram com a bandeira da nova política. No entanto, Rodrigo Maia está no sexto mandato seguido e foi eleito para a presidência da Câmara, pela terceira vez consecutiva, contando o mandato tampão. Neste sentido, a escolha do democrata não seria um contrassenso?


Bozzella - É como disse anteriormente, dentro do cenário, foi uma escolha estratégica, para isolar o PT e garantir a governabilidade.


AT - A expectativa, hoje, gira em torno da reforma da Previdência. Qual a sua opinião sobre o tema?


Bozzella - Não existe outro caminho, precisa ser feito agora para evitar um possível colapso no futuro. A conta já não fecha, pois o país paga mais em benefícios do que arrecada. Estamos ano a ano batendo recordes em um rombo que precisa ser urgentemente estancado. O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, têm buscado o melhor modelo para resolver o problema no nosso país, causando o mínimo de impacto possível ao trabalhador. Ao que tudo indica, esse modelo parece ser o da capitalização.


O trabalho que já temos feito na Câmara e nos bastidores, por meio da conversa com os ministros, tem sido no sentido de valorizar a iniciativa privada, focando na desburocratização do Estado. Quem mais emprega no país? É a iniciativa privada. Para incentivar a abertura de novos postos de trabalho e garantir a geração de emprego e renda, precisamos fornecer incentivos para o empresariado, é isso que vai movimentar e fazer crescer a economia. Já tivemos algumas mudanças nas leis trabalhistas, agora, o nosso maior desafio são as reformas da Previdência e tributária, que atuarão como molas propulsoras da economia. Lembrando sempre que qualquer mudança que ocorra deve ser feita de forma transparente, clara e sem traumas, preservando sempre, em primeiro lugar, o povo.


Júnior Bozzella, deputado federal
Júnior Bozzella, deputado federal   Foto: Alexsander Ferraz/AT

AT - Como tem sido o relacionamento com os outros membros da bancada do PSL?


Bozzella - Excelente. Apesar da heterogeneidade do grupo, pois cada um tem uma história e vem de um segmento, é um time muito coeso e realmente focado em trabalhar por um Brasil melhor. Fico muito feliz com a confiança que os colegas têm depositado em mim para protagonizar papeis importantes dentro do partido. Acredito que isso é resultado da minha história de vida pública, e reconhecimento de todo o trabalho que realizei nos últimos anos.


AT - Qual a sua avaliação do Delegado Waldir como líder da bancada?


Bozzella - Ele já estava desde o ano passado interinamente na liderança, essa era a escolha natural.


AT - A primeira Frente Parlamentar implantada pela atual legislatura trata da Segurança Pública, da qual o senhor é um dos 247 membros. Qual deve ser a sua atuação neste grupo?


Bozzella - A questão da segurança foi, desde a campanha, uma das minhas principais bandeiras. Já estamos trabalhando para levantar números atualizados sobre os índices de violência em todo o país, e estudando o que foi feito em outros países ao redor do mundo para trazer para a realidade brasileira projetos que tornem a legislação mais rígida, para proteger o cidadão, e não o bandido, como parece que ocorre hoje. Paralelamente, temos alguns projetos a serem apresentados nas próximas semanas, como a castração química para pedófilos e estupradores e o fim dos chamados 'saidões' de presos.


AT - Quais os primeiros projetos que o senhor pretende apresentar na Câmara?


Bozzella - Já demos o start na questão do Porto, que é algo que estamos trabalhando desde outubro, antes mesmo do início do mandato. Durante as plenárias que já começamos a realizar nos munícipios, temos recebido uma série de demandas das prefeituras aqui da Baixada e do interior, e, com certeza, estão entre as prioridades as questões da infraestrutura e saúde pública.


No caso da Baixada, a Rede de Urgência e Emergência (RUE) foi pactuada no Departamento Regional de Saúde (DRS) para estar operando plenamente até 2021, levando em conta o funcionamento dos dois pilares, que seriam os hospitais regionais do Vale do Ribeira e Itanhaém, além dos hospitais Guilherme Álvaro, Irmã Dulce e Santa Casa de Misericórdia de Santos. Do outro lado da base, na porta de entrada da rede de saúde, cumprindo um papel tão importante quanto, estariam equipamentos como o Hospital Santo Amaro, Complexo Hospitalar dos Estivadores, Hospital Municipal de São Vicente (antigo Crei) e outros que formam esse binômio: Especialidades e Rede de Urgência e Emergência.


Não é possível sequer imaginar um abalo nessa estrutura, porque condenaria toda a Saúde da Baixada Santista, Litoral Sul e Vale do Ribeira (a região 7 de Saúde - RAS-7). Nessa audiência que participamos, nesta terça-feira (12), com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, ao lado do prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa, pudemos expor a gravidade da situação e pedir auxílio urgente para que seja revisto o aporto do Governo Federal destinado ao Complexo Hospitalar dos Estivadores, que passaria de R$ 500 mil mensais para R$ 1,5 milhão. Também aproveitamos a ocasião para pleitear o custeio de parte do funcionamento da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Zona Noroeste, que será inaugurada no próximo dia 18. O ministro compreendeu a importância dos equipamentos e se demonstrou bastante sensibilizado com nosso apelo.


Também estão em pauta a segurança, obviamente, como já tratamos na questão anterior, e a valorização e resgate da família brasileira por meio da educação nas escolas, com a inclusão da disciplina Educação Política, Moral e Cívica e Constituição Brasileira no currículo do Ensino Fundamental.


AT - Para quais bandeiras o senhor pretender ter uma maior atenção?


Bozzella - Como disse na questão acima, além da segurança, infraestrutura, saúde e valorização da família, tudo aquilo que se relaciona com o crescimento econômico do país, passando pelas reformas tributária e previdenciária, que desaguam na modernização das leis, aquecimento da economia e geração de novos postos de trabalho.


AT - O que os munícipes da Baixada Santista e Vale podem esperar do senhor na Câmara dos Deputados?


Bozzella - Podem ter a certeza de que terão um representante em Brasília com quem realmente poderão contar. Minha missão será atuar como um elo entre os municípios e o Governo Federal, levando para a Presidência da República e ministros as maiores necessidades da população aqui da Baixada e Vale do Ribeira. Estamos fazendo um mandato participativo, desde o início sentando com prefeitos e ouvindo os munícipes. O reflexo disso será visto nas emendas que serão destinadas para atender a demandas reais, e não projetos desenhados por assessores políticos dentro dos gabinetes parlamentares.


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