Infectologista diz que 3 variantes 'muito mais agressivas' da Covid-19 circulam na Baixada Santista

De acordo com Marcos Caseiro, lockdown na região deveria ser prorrogado por mais tempo

Por: Natalia Cuqui  -  26/03/21  -  10:07
Três variantes 'muito mais agressivas' da Covid-19 circulam na Baixada Santista
Três variantes 'muito mais agressivas' da Covid-19 circulam na Baixada Santista   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

As novas cepas do coronavírus, comprovadamente mais contagiosas e agressivas, já circulam no Brasil todo, mas também na Baixada Santista. As informações são do médico infectologista dr. Marcos Caseiro, que conversou, nesta sexta-feira (26), com a equipe deATribuna.com.br. De acordo com o médico, entre elas predominam três: a P1, com duas variantes de Manaus e também a P2, cepa descoberta no Rio de Janeiro. Juntas, elas somam mais de 76% dos infectados.


Além delas, também circulam na Baixada Santista cepas do Reino Unido (B.1.1.7) e uma nova variante descoberta no México (B.1.1.222).


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"Essa cepa de Manaus transmite até 3 vezes mais do que o vírus que já circulava. Isso é documentado. Apesar de não termos ainda nenhuma publicação médica, evidências mostram o acometimento de pessoas jovens e um comportamento muito mais agressivo do vírus no pulmão", explica.


Para o infectologista, o lockdown deveria ser estendido por pelo menos mais duas semanas, pois é a única maneira de diminuir o número de pessoas que precisam de leitos. A maioria das cidades na Baixada Santista não tem mais leitos de UTI disponíveis para pacientes com covid-19.


"Dados epidemiológicos indicam que na próxima semana entraremos no pico de casos. Os casos de agora refletem infecções de 7 a 14 dias atrás", afirma o médico.


Segundo o dr. Caseiro, o isolamento social é a única maneira de conter a disseminação da doença: "fazemos isso há centenas de anos, é um procedimento clássico da infectologia. É a única medida que nós temos, ainda que seja muito duro com comerciantes".


Segundo o dr. Caseiro, o isolamento social é a única maneira de conter a disseminação da doença
Segundo o dr. Caseiro, o isolamento social é a única maneira de conter a disseminação da doença   Foto: Alexsander Ferraz/AT

A Baixada Santista entrou, na última terça-feira (23), em lockdown, onde todos os serviços não-essenciais ficam impedidos de funcionar, incluindo delivery, retiradas e drive-thru. Até o momento, o lockdown deve continuar em vigor até o dia 4 de abril, domingo de Páscoa.


"Eu acho, e espero estar errado, que o lockdown terá que ser estendido. Diversos países na Europa fizeram isso, 13 dias não serão suficientes para vermos diferença no número de casos, precisamos de tempo pra ver", afirma dr. Marcos Caseiro.


O afrouxamento entre os meses de novembro de 2020 e fevereiro de 2021 podem ter colaborado para o aumento da propagação da doença. "A Baixada Santista tem um grande fluxo de migração de pessoas durante essa época. Encheram as praias, encheram os shoppings; o lockdown deveria ter sido adotado antes disso, pois os casos já vinham aumentando. Já tinham evidências de que a cepa de Manaus iria circular pelo Brasil", finaliza.


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