Infectologista de Santos alerta para aglomerações no fim de ano: 'Podemos ter um Natal trágico'

Médico Ricardo Hayden dá dicas e reforça medidas que podem ajudar a prevenir o contágio da Covid-19 no tradicional período de encontro familiar - Natal e Ano Novo

Por: Carolina Faccioli  -  10/12/20  -  20:31
Dr. Ricardo Hayden pede para que as pessoas tenham cautela durante as compras de fim de ano
Dr. Ricardo Hayden pede para que as pessoas tenham cautela durante as compras de fim de ano   Foto: Matheus Tagé/AT

Com a chegada das festas de fim de ano, se iniciam também os preparativos - como a compra dos presentes e dos alimentos típicos para as ceias de Natal e Ano Novo. Porém, com a pandemia, essa corrida aos estabelecimentos comerciais preocupa os infectologistas, já que o país vem registrando um aumento no número de contaminações pela Covid-19. 


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O infectologista Ricardo Hayden faz um alerta para as famílias que estão pensando em se reunir, já que muitas pessoas tem se infectado por não cumprir as etiquetas sanitárias de forma correta. Também culpa a falta de fiscalização. "Nós estamos em uma expansão da pandemia. É importante frisar que não é a segunda onda e sim a primeira que aumentou com exposição desnecessária, com aglomeração de pessoas sem máscaras em festas, confraternizações fechadas, bares e restaurantes". 


Além disso, o crescimento exponencial de casos, observado nos últimos 60 dias, tem mostrado que a taxa de contágio tem sido maior em jovens e idosos. Um dos fatores para a contaminação dos jovens, segundo o especialista, é a retomada de festas, como bailes funk, sem o cumprimento das etiquetas sanitárias à risca. Por isso, a preocupação é que os mais jovens levem o vírus para os idosos nas festas de família: "Se algo não for feito, podemos vir a ter um Natal e Ano Novo trágico, porque normalmente pessoas de idade mais baixa costumam se misturar com idosos, com a família inteira na verdade, e é o que a gente está notando: por um lado um aumento nos jovens, aumento expressivo no número de pessoas mais velhas e diariamente pessoas perdendo a vida", diz o médico. 


Para Hayden, as famílias que desejam se reunir em festas de fim de ano devem seguir todos os protocolos sanitários existentes, para que os casos não continuem aumentando. Além disso, adiantar as compras de final de ano pode ser uma boa saída para evitar as aglomerações, comumente observadas no último fim de semana que antecede o natal. 


Outra alternativa seria manter uma quarentena rigorosa, de 15 dias, para que o risco de contágio entre os parentes caia. 


Confraternizações


Durante as festas, o infectologista orienta o uso de máscara para todos os convidados e a higiene das mãos constantemente, além de limitar o número de pessoas se possível. Também pede para que as pessoas respeitem o distanciamento social de no mínimo um metro e meio. 


Em relação à ceia, o ideal é que a comida já venha separada nos pratos e que apenas uma pessoa sirva, sempre higienizando as mãos. Para a higienização dos talheres, o médico indica que os utensílios sejam colocados de molho em uma bacia com água e sabão antes e após o uso. 


Além disso, o ideal é que o ambiente esteja arejado, para que o ar circule mais facilmente, e que, se possível, possam ser colocadas várias mesas para dividir os convidados, ao invés de uma grande com todo mundo junto. 


Por fim, Dr. Ricardo Hayden enfatiza que, por ser um final de ano atípico, as pessoas devem deixar as comemorações com toda a família e amigos para o ano que vem, pois é uma forma de proteção a longo prazo para todos que amamos, já que a proposta do natal vai muito além dos presentes e festas. O médico, inclusive, revela que fará a comemoração apenas com quem já mora com ele. "Eu não faria esse tipo de festa (com pessoas fora do núcleo familiar) e nem participaria, porque eu sei que é um risco muito aumentado e não vale a pena. Certamente as pessoas vão ter outras oportunidades, caso se preservem", conclui.


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