Volume de chuvas na Baixada foi maior que o da Região Serrana do Rio de Janeiro em 2011

O volume de chuvas na Baixada Santista, no começo do mês, foi superior à registrada na tragédia da Região Serrana do Rio de Janeiro em 2011. Em Guarujá, a local com maior número de vítimas fatais por aqui, o desvio pluviométrico foi 75% acima do verificado na cidade fluminense de Nova Friburgo naquela ocasião. 

Os dados são do Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. Conforme o órgão, o ápice de precipitações foi verificado entre os dias 2 e 3 de março, com acumulado de 320 mm em Guarujá, fazendo da cidade a mais atingida pelas tempestades na Baixada Santista. 

Trata-se de um volume maior que o esperado para todo o mês de março, cuja média histórica é de 263 mm. A força-tarefa no município já identificou 33 vítimas fatais e outras 25 pessoas vivas, fora dos escombros.  

Para comparação, Nova Friburgo teve quantidade de chuva máxima de 182,8 mm, em 12 de janeiro de 2011. Na ocasião, mais de 900 pessoas morreram e 300 ficaram desaparecidas em território fluminense.  

O Centro de Monitoramento destacou a atuação das forças emergências durante a atuação na tragédia da Baixada Santista. “As ações de resposta das Defesas Civis Municipais das cidades atingidas e da Defesa Civil do Estado de São Paulo foram essenciais para mitigar os impactos dos desastres que ocorreram durante a madrugada, em condições de maior criticidade, o que engrandece a abnegação dos agentes das defesas civis”, diz nota do Cemanden. 

O órgão possui rede geotécnica composta por sensores magnéticos que medem o conteúdo volumétrico de água no solo em diferentes profundidades, recentemente instalada na Baixada Santista, onde ainda está em fase de testes, calibrações e validações de informações.