Veterinária de Guarujá cuida de animais silvestres voluntariamente

Luciana Sales é veterinária há 20 anos e atende animais silvestres, como gambás, bichos preguiça e veados voluntariamente quando precisam de ajuda e não tem a quem recorrer. Porém, a veterinária desabafa que a responsabilidade é grande e é preciso conscientizar os órgãos públicos a procurar formas de cuidar desses animais.

Apenas durante este ano, Luciana conta que já atendeu cerca de 10 animais, sendo eles um veado, bichos-preguiça e gambás adultos e filhotes. Os animais chegam, muitas vezes, depois de serem resgatados pela Polícia Militar Ambiental.

Os últimos foram entregues na última sexta-feira (28). Ao todo foram cinco filhotes de saruê, sendo três machos e duas fêmeas, que continuam na clínica recebendo tratamento e alimentação até estarem aptos para voltar à natureza.

Apesar de atender os animais com muito amor e carinho, ela desabafa que a clínica se tornou um “refúgio” para esses animais e não tem o apoio do poder público, pois todos os custos são pagos pela própria clínica. Depois do tratamento, a veterinária precisa reinseri-los em uma área de mata da cidade, onde esses animais costumam se reproduzir.

Além disso, a veterinária conta que, assim como ela, outros veterinários voluntários cuidam de animais silvestres pela região, mas nem todos tem os conhecimentos necessários para cuidar desses animais. Por isso, seria necessária uma atenção maior dos órgãos competentes para que tenha um planejamento adequado para zelar pela saúde dos animais.

Quem resgata esses animais?

A Diretoria de Proteção e Bem Estar Animal informa que animais silvestres são de responsabilidade da Polícia Militar Ambiental. Quando são encontrados e encaminhados a sede da Diretoria, a Polícia é imediatamente acionada. Portanto, caso o munícipe encontre algum animal silvestre, deve entrar em contato com o Batalhão Ambiental.

Segundo a Polícia Militar Ambiental, o avanço das regiões urbanizadas à regiões de Mata Atlântica trazem inconvenientes a vida silvestre do bioma. Na cidade do Guarujá não é diferente, a presença de animais silvestres no perímetro urbano, em áreas próximas a vegetação remanescente, é comum, o que pode ser danoso tanto para os animais silvestres como para os seres humanos. 

Os munícipes do Guarujá devem solicitar, através do telefone: 153, o serviço da Guarda Civil Ambiental, ou a Polícia Militar Ambiental do Guarujá, através do número: 3348-4773 ou 190, que realizará a contenção do animal e a sua devida reintrodução ao seu habitat natural. 

Como estamos falando de uma cidade litorânea, esse tipo de procedimento pode ocorrer com animais terrestres, bem como com animais marinhos. 

Em situações em que seja contido animal marinho ferido, ou em condições físicas frágeis, que demonstrem a necessidade de cuidados especiais antes da soltura, ele será direcionado ao Grupo de Resgate e Reabilitação de Mamíferos Marinhos - GREMAR, que realizará o devido tratamento do animal e sua posterior soltura no local mais indicado, de acordo com a sua espécie. 

No caso de ser um animal terrestre, um dos locais mais utilizado para encaminhamento para tratamento e posterior soltura é o Centro de Pesquisa e Triagem de Animais Selvagens - CEPTAS , na cidade de Cubatão.