O número de desabrigados não para de subir em Guarujá. Mais de 100 pessoas chegaram nesta quinta-feira (5) na escola municipal Dirce Valério Gracia, Jardim Tejereba, local onde estão sendo alojadas as pessoas que perderam tudo durante as chuvas de terça-feira (3). Subindo para 328 o total de desabrigados até agora.
"Até às 2 horas da manhã tínhamos 228. Agora estamos atendendo mais de 100. Temos capacidade para atender até 450. Mas esperamos não atingir esse número", diz o secretário adjunto de Esportes, José Roberto Galvão.
Segundo o último boletim da Defesa Civil do Estado de São Paulo, divulgado às 11h45, o número de desaparecidos no munícipio mais do que dobrou, saltando de 16 para 37 pessoas - na região o número subiu de 22 para 43. Membros do órgão, bombeiros e voluntários seguem realizando buscas nos morros do Macaco Molhado e Cantagalo.
A dona de casa Verônica Coelho dos Santos, de 26 anos, está desde terça-feira (3) abrigada na escola com o marido e os quatro filhos, Bryan, de 7 anos, Pedro, de 4 anos, Italy, de 3 anos, e Anthony de dois meses. Ela morava no Cachoeira, mas perdeu tudo, móveis, roupas, documentos, durante o temporal. "A chuva foi muito forte. Fiquei com água quase na cintura. Só pegamos as crianças e saímos".
Ela conta que a casa ficou de pé. Mas não sabe em que condições está a moradia. "Estamos sendo muito bem tratados aqui. Mas nada como a minha casa com os meus filhos".
A também dona de casa Jaqueline Rodrigues Santos de Santana, de 34 anos, esta com o marido e os três filhos, Miquéias, de 4 anos, Maria Vitória, de 3 anos, e o pequeno Davi Miguel de seis meses.
A casa dela, no Morro do Macaco Molhado, veio abaixo com as chuvas. O marido, Wellington José de Santana, de 41 anos, tenta agora entrar em um cadastro do Município para ver se consegue um aluguel social ou uma nova moradia. "A gente perdeu tudo. Saímos correndo porque estava tudo desabando. Agora é ter fé e lutar para recomeçar do zero".
No Dirce Valério Gracia, os desabrigados recebem alimentação ao longo do dia. Tem café da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar. As doações não param de chegar e são muito bem-vindas. Mas o secretário adjunto de Esportes explica que, no momento, há ainda necessidade de alimentos.
"Precisamos de mantimentos, principalmente mistura, para eles consumirem no abrigo. Isso é importante. E de itens de higiene pessoal como sabonete, xampu, escova de dentes e peças íntimas para homens, mulheres e crianças".