Mulher acusa prestador de serviço de assédio

Vítima recebeu mensagens do funcionário pelo celular após visita técnica

Por: Da Redação  -  10/05/19  -  17:11
  Foto: Reprodução

Um simples atendimento de uma concessionária pública tem tirado o sono de uma moradora da Vila Áurea, em Guarujá. Na última segunda-feira, ao sair para o trabalho, a vendedora Luciana Justo Vieira, de 38 anos, foi abordada por dois homens uniformizados, que se identificaram como funcionários da CPFL, responsável pela energia elétrica. Eles informaram que o imóvel teria sido selecionado para uma inspeção de rotina.


“Vistoriaram o relógio, disseram que estava tudo certo, mas que precisariam trocar o equipamento, pois era muito antigo”, conta.


Ao final do serviço, Luciana conta que assinou um formulário da empresa em branco e que não ficou com nenhuma via do documento. Horas depois, ela foi surpreendida com uma mensagem de WhatsApp de um dos homens que haviam estado em sua casa.


Ele enviou imagens do documento, já preenchido, com a informação de que haviam encontrado irregularidade no relógio. “Mas disse que como tinha simpatizado comigo, queria me ajudar”.


 Na troca de mensagem, o homem chega afirmar que poderia rasgar o relatório, mas que queria algo em troca. Em determinado momento, ele diz que não quer dinheiro, mas que gostaria de sair com a mulher.


“Fiquei com muito medo, pois ele sabia onde eu morava, tinha meu telefone, estava me assediando, falando que tinha gato no meu relógio, coisa que nunca tive. Ficou pedindo uma foto minha. Podia ser um tarado. Me senti intimidada”, lembra.


 Sem aceitar a proposta, no dia seguinte ela foi à Delegacia da Mulher de Guarujá, onde não conseguiu fazer o registro da ocorrência. “Fiquei na delegacia das 13 às 20 horas, e a delegada disse que não configurava assédio e não quis fazer o boletim de ocorrência”, diz a mulher.


Por nota, a CPFL Piratininga confirma a inspeção periódica na casa da cliente, feita por dois funcionários de empresa terceirizada, onde foi encontrada uma irregularidade.


 A concessionária de energia informa ainda que “repudia qualquer ato que coloque em risco a segurança ou cause constrangimento aos seus clientes. A empresa reforça que as ações relatadas pela consumidora não são prática aceitável dentro das normas de ética e conduta da companhia e que, caso sejam confirmados desvios de conduta por parte de colaboradores de suas fornecedoras de serviços, tomará as medidas cabíveis”.


Procurada para saber sobre os motivos da recusa em registrar a ocorrência, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) ratificou a posição da delegada.


Em nota enviada pela assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), a Polícia Civil informa que a vítima compareceu na Delegacia de Defesa da Mulher do Guarujá para registrar um boletim de ocorrência de assédio, mas, “devido à inexistência de relação de subordinação hierárquica, não foi possível enquadrar tal ato dentro dessa modalidade criminosa.


No entendimento da delegada responsável, não havendo crime para enquadrar tal situação, a vítima foi orientada a não mais respondê-lo e procurar novamente a delegacia diante de novas abordagens”. Orienta, ainda, para que qualquer denúncia sobre o atendimento nas delegacias seja feita na Corregedoria da Polícia Civil.


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