Com pouca fiscalização, eventos geram aglomeração nas periferias da Baixada Santista

Torneios esportivos e "pancadões" organizados pelas redes sociais e flagrados no final de semana acendem alertas de autoridades para o isolamento social

Por: Eduardo Brandão  -  12/05/20  -  15:13
A fiscalização das diretorias de Posturas e de Comércio visa coibir práticas irregulares
A fiscalização das diretorias de Posturas e de Comércio visa coibir práticas irregulares   Foto: Divulgação/ PMG

As rígidas regras de isolamento social começam a provocar uma espécie de "flexibilização" não autorizada pela parcela mais jovem da população nas regiões periféricas da Baixada Santista. Encontros agendados pelas redes sociais provocam aglomeração – muitos dos participantes sem máscara. A situação acende o alerta, já que não há equipes de fiscalização para atender a demanda crescente.  


Exemplo desses encontros virtuais ocorreu nesse final de semana em Guarujá. Ao menos dois eventos com grande concentração popular foram identificados pela Diretoria de Força-Tarefa para conter a escalada do novo coronavírus – ação sobre o controle da Secretaria de Defesa e Convivência Social de Guarujá. 


O primeiro evento foi um “pistão” – pancadão de baile funk – no bairro de Santa Cruz dos Navegantes; o segundo, uma partida de futebol que reuniu uma pequena aglomeração na Vila Edna. Imagens dos dois encontros circulam pelas redes sociais, provocando indignação dos internautas. Encontros desta natureza são comuns nas periferias da cidade de São Paulo – principal epicentro da pandemia no País. 


Comum ao episódio de Guarujá, esses encontros acontecem por falhas na fiscalização, já que o efetivo está reduzido e concentrado em outras ações para barrar a contaminação pelo vírus. O Poder Público reconhece não ter efetivo suficiente para sufocar esses atos marcados pelas redes sociais.  


Por essa razão, foi necessário escolher qual iniciativa as forças de segurança iriam impedir a prática. Por concentrar mais gente, a força-tarefa guarujaense priorizou o baile funk, por concentrar mais pessoas. “A Força-Tarefa teve que se deslocar ao local para atendimento à ocorrência, não tendo chegado a tempo de impedir a prática de futebol na Vila Edna”, diz a pasta, em nota. 


O comunicado reconhece que nem sempre consegue coibir todas as infrações, devido a falta de efetivo. Em Santa Cruz, a equipe conseguiu impedir a realização do pistão. Nenhum material foi apreendido, sendo todos advertidos, e como não houve desobediência, ninguém precisou ser levado ao Distrito Policial. “Nenhuma fiscalização é maior e melhor que a consciência de cada um”, declara o secretário da pasta, Luiz Cláudio Venâncio.  


Segundo o titular, tanto o futebol como o pistão contrariam as recomendações das autoridades governamentais, e de saúde, com relação ao combate à Covid-19 na Cidade. 


Futebol 


Nesta segunda-feira (11), o prefeito de Guarujá, Valter Suman (PSB), determinou a identificação dos organizadores do torneio de futebol que reuniu times amadores, na Vila Edna, na periferia da Cidade. Os responsáveis estão sujeitos a penas de multas e responder crimes de desobediência de decretos estadual e municipal, que instituíram as regras de quarentena.  


Segundo a Secretaria de Saúde de Guarujá (Sesau), no domingo (10), a cidade somava 343 casos confirmados do novo coronavírus. Apenas entre o sábado e domingo, foram 21 exames positivos para a covid-19 foram comunicados pela Vigilância Epidemiológica. O Município teve 24 vítimas fatais da doença até então. 


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