Está nas mãos dos integrantes da Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Vereadores de Guarujá aceitar, ou não, e iniciar a apuração de denúncias de possíveis infrações político-administrativas cometidas pelo prefeito Válter Suman (PSB) relacionadas ao contrato firmado com a organização social (OS) Pró-Vida, que atuava na cidade até o mês passado.
Os encaminhamentos sobre a análise desses casos entregues ao Legislativo no mês passado deverão ser decididos nesta sexta-feira (9), por esse grupo de vereadores, que é presidido por Naldo Perequê (PSB) e tem como membros Juninho Eroso (PP), Mário Lúcio da Conceição (PSB), Raphael Vitiello (PSD) e Sirana Bosonkian (PTB).
A acusação principal tem como autor o empresário e ex-diretor comercial da Pró-Vida, Almir Matias da Silva, que aponta a existência de funcionários fantasmas contratados pela entidade a pedido do chefe do Executivo. Conforme a denúncia, uma das pessoas que foram contratadas para trabalhar e não apareciam para dar expediente seria uma nora do prefeito, cujo salário mensal era de R$ 10 mil.
Denúncias
No documento apresentado ao Parlamento, Silva citou que havia “dezenas de outros indicados na área da Saúde (foram contratados), com carimbo de indicação vindo do ‘gabinete do prefeito’” e que estaria disposto a apresentar todos os nomes, funções e qualificações completas à Câmara.
O denunciante apontou ainda que Suman, a sua vice, Adriana Machado (PSD), e outros integrantes ligados à Administração Municipal estariam usando veículos e imóveis de sua propriedade ou de pessoas e empresas ligadas a ele.
Em uma segunda denúncia, Silva apontou que a Pró-Vida foi "intimada" a patrocinar oficialmente o Baile da Cidade realizado em 2018. Segundo ele, foram repassados R$ 181 mil para a empresa que organizou o evento. O diretório municipal do Podemos e um grupo de seis advogados assinam as outras duas denúncias protocoladas na Câmara. Elas têm como base os relatos do ex-diretor da OS.
Respostas
A Prefeitura de Guarujá informou que as denúncias formuladas pelos dirigentes da Pró-Vida “têm o nítido caráter de politizar uma questão que é técnica e contábil”. A Administração Municipal citou ainda que as denúncias serão esclarecidas pelos órgãos de fiscalização.
A OS justificou que não expedirá nenhuma manifestação acerca do assunto até que o corpo jurídico tenha analisado o caso na íntegra.