Falta de álcool em gel para passageiros e sobra aglomeração para entrar nas barcas que fazem as travessias Ferry Boat-Ponta da Praia e Vicente de Carvalho-Centro de Santos. Em tempos de pandemia de coronavírus, essa foi a situação que o diretor de Vigilância em Saúde de Guarujá, Marco Antonio Chagas da Conceição, encontrou durante fiscalização nesta sexta-feira (28).
“Nos dois lugares foi observado erro recorrente das empresas. O que mais chama a atenção é não ter álcool em gel à disposição para os usuários sendo que temos mais de cinco meses de pandemia”.
Segundo ele, o objetivo da visita foi apenas orientar para que as adequações sejam feitas imediatamente. A partir de hoje, se as irregularidades não forem resolvidas, haverá multa que pode variar de R$ 1 mil a R$ 300 mil, aplicada por fiscal.
“O profissional poderá enquadrar a situação na legislação municipal ou na legislação estadual para covid-19. Quem define a multa é o fiscal, levando em conta se a situação oferece risco médio ou elevado.”, explica Marco Antonio.
Por outro lado, o diretor de Vigilância em Saúde diz que todas as pessoas, entre passageiros e profissionais, estavam de máscara e a desinfecção da embarcação era feita ao final de cada viagem. O corrimão também era devidamente higienizado pelos funcionários.
“Nós teremos tolerância zero com esse tipo de situação para proteger a saúde da população. As denúncias podem ser feitas na página oficial da prefeitura (www.guaruja.sp.gov.br ou pelo telefone da Vigilância Sanitária (3355-1929), que atende com plantão de segunda a sábado”.
Denúncias
A situação vista pelos profissionais da prefeitura é a realidade dos usuários das travessisa há anos. Com a pandemia de coronavírus, a situação ficou ainda pior, relatam.
“Não há marcação no chão ou nos bancos para que as pessoas respeitem o distanciamento na espera. Também acontece aglomeração perto do horário da barca chegar”, diz a jornalista Maria Aparecida dos Santos.
Quem concorda com ela é o enfermeiro Ronaldo Santos de Almeida. “A barca está sempre lotada e a maioria das pessoas ainda vai em pé. É um problema de muitos anos, mas que agora também coloca a nossa saúde em risco”.
A cozinheira Maria da Silva reclama que não tem álcool em gel nos terminais do lado de Santos e de Guarujá. “O correto seria a gente higienizar as mãos antes de entrar na barca, mas só se for com o nosso próprio álcool”.
Respostas
Segundo a Dersa, “a fiscalização não detectou aglomeração”. A empresa diz ainda ter reforçado a limpeza e a higienização das lanchas, que são feitas a cada viagem.
Já para a Balsa Santos/Guarujá, que gerencia a travessia pelo Ferry Boat, a Reportagem ligou diversas vezes para o escritório, mas ninguém atendeu.