Governo do Estado pede estrutura conjunta em defesas civis da região

Secretário-chefe da Casa Militar participou de reunião do Condesb e defendeu unidade

Por: Eduardo Brandão & Da Redação &  -  26/06/19  -  23:01
PDUI, elaborado em 2017, prevê uma atuação no sentido de conter os prejuízos causados pelas chuvas
PDUI, elaborado em 2017, prevê uma atuação no sentido de conter os prejuízos causados pelas chuvas   Foto: Carlos Nogueira/ AT

O secretário-chefe da Casa Militar, coronel Walter Nyakas Júnior, pediu um melhor aparelhamento das defesas civis nas nove cidades da região. O oficial defendeu a adoção de uma estrutura padronizada nos municípios contra eventuais desastres e mecanismos para se antecipar às ocorrências.


O pedido ocorreu durante reunião ordinária do Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista (Condesb), na manhã de terça-feira (25), no Centro Histórico de Santos.


“Tentamos informar os prefeitos sobre a necessidade de investimentos locais, que não são apenas recursos humanos, mas em materiais. Vemos em municípios dificuldades de se atender ocorrência [por falta de estrutura]”, afirma Nyakas Júnior, que também coordena a Defesa Civil no Estado.


Caberá à câmara temática do Condesb, que trata do tema, criar um modelo padrão para os municípios. Custos e quais equipamentos necessários ainda serão debatidos no colegiado. “A estrutura local não é [deficitária], mas poderia melhorar. Buscamos aperfeiçoar o que já se tem”, continua.


Maior atenção


Nyakas Júnior indicou que a Baixada Santista aparece entre os 175 municípios paulistas que “demandam atenção maior pelas suas características topográficas [encostas e áreas passíveis a desmoronamento]”.


O oficial citou o exemplo da Região Metropolitana de Campinas, que há quase uma década mantém uma estrutura padronizada nas defesas civis nos 19 municípios daquela localidade. A unificação ocorreu após temporal ter deixado estragos e provocado a morte de seis pessoas. Assim, cada cidade recebeu uma viatura e estação de trabalho específica para o tema.


O convite para Nyakas Júnior participar da reunião de ontem partiu do presidente do Condesb e prefeito de Peruíbe, Luiz Maurício (PSDB). Em maio, fortes chuvas deixaram mais de 400 pessoas desalojadas na cidade do Litoral Sul.


“Peruíbe é prova viva dessa falta de estrutura [na Defesa Civil]. Naquele momento de grande complexidade, se viu que, se não houvesse ajuda do estado, haveria dificuldade maior para sair da grande crise”, afirma.


Apesar dos problemas enfrentados em Peruíbe, o titular da Casa Militar reconheceu que o trabalho realizado pelas defesas civis da região está a contento. Citou para isso o balanço das operações realizadas no estado durante o Plano Preventivo de Defesa Civil (PPDC) no verão – período de maior incidência de chuvas e, por isso, mais propício a desastres naturais.


Mortes pelo estado


Entre dezembro e março, 41 pessoas morreram em decorrência do volume de águas. “Nenhuma [morte foi] na Baixada Santista. Resultado das atividades desenvolvidas nas cidades. Também não houve nenhum deslizamento [de encostas], que mostra que o nosso plano preventivo funcionou”.


O subsecretário estadual de Assuntos Metropolitanos, Marcos Camargo Campagnone, destacou a necessidade de investimentos nas cidades para atuar nas consequências das mudanças climáticas. Citou o exemplo do Reino Unido, que tem investido mais em ações de defesas civis que em planejamento militar.


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