Governo de SP ignora apelos de prefeitos da Baixada Santista e região segue em alerta máximo

Segundo secretário Marco Vinholi, elevada taxa de ocupação hospitalar e escalada de mortes pelo novo coronavírus colocam a região em estado crítico para superar pandemia

Por: Eduardo Brandão  -  28/05/20  -  19:01
Setores do comércio e serviços foram os mais impactados pela Covid-19, diz IBGE
Setores do comércio e serviços foram os mais impactados pela Covid-19, diz IBGE   Foto: Matheus Tagé/AT

A tentativa dos prefeitos da Baixada Santista de que o Estado reveja o nível de classificação da região no Plano São Paulo (que estipula regras para flexibilização da quarentena nas cidades paulistas) não surtiu efeito. O secretário estadual de Desenvolvimento Metropolitano, Marco Vinholi, descartou qualquer movimento do Palácio dos Bandeirantes a fim de antecipar a retomada do comércio nos municípios da Baixada Santista na próxima semana.


“Todos nós queremos avançar o máximo possível para retomar as atividades (comerciais), mas é necessário resposta com base a critérios técnicos nesse processo”, afirmou o representante do Estado, em rápida entrevista do JT1, da TV Tribuna. Segundo ele, a alta taxa de ocupação hospitalar e escalada no número de mortes pela Covid-19 impossibilitam uma flexibilização na economia da Baixada Santista.


Apesar da recusa do Palácios do Bandeirantes, as cidades da Baixada Santistas já se preparam para reativar seus segmementos comerciais. Em São Vicente, por exemplo, o prefeito Pedro Gouvêa (MDB) anunciou a reabertura o setor a partir de segund-feira (1º) e liberação do shopping, na semana seguinte.


“Não há uma região favorecida e nem desfavorecida, são as mesmas regras para todos”, garantiu Vinholi. Conforme assegurou, a capacidade hospitalar e a taxa de transmissão da doença são os principais pontos analisados pelo Comitê Paulista de Enfrentamento ao Coronavírus para classificar as 17 regiões administrativas do Estado. Razão pela qual a Baixada Santista foi alocada na categoria de alerta máximo, conforme os parâmetros de técnicos estaduais.


Reação 


Na quarta-feira (27), os nove municípios da Baixada Santista foram classificados por técnicos do Estado como alerta máximo para fase de contaminação pelo novo  coronavírus. A mais elevada dentre as cinco zonas de risco mapeadas pelo governo paulista impede a flexibilização de atividades comerciais.  


A classificação faz parte da nova etapa do plano de combate ao coronavírus no  Estado, que começa a sair do papel na próxima segunda-feira (1º). Doria flexibilizou a quarentena em cidades do interior com baixos índices de contaminação, mas manteve sistema mais rígido para a capital e as regiões metropolitanas da Grande São Paulo e Baixada Santista. 


Os prefeitos da Baixada Santista reagiram de forma imediata ao anúncio do Governo do Estado, acionando uma reunião emergencial instantes após a apresentação do plano paulista. Os chefes de executivos locais questionaram os dados informados pelo Palácio dos Bandeirantes, sobre taxa de ocupação de UTIs e isolamento, pontos avaliados para a decisão de flexibilização


“Estamos elucidando os pontos colocados pelo Estado, esclarecendo os dados (questionados pelos prefeitos). Vamos, juntos, construir os próximos passos. É legítima a vontade de retomar as atividades, mas faremos isso dentro das métricas colocadas”, continuou Vinholi. 


Respiradores 


O secretário afirmou, contudo, que a avaliação regional será revista em até duas semanas – prazo mínimo estabelecido pelo governo paulista para adoção das próximas etapas do programa. A abertura de novos leitos hospitalares e chegada de respiradores mecânicos para equipar os leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) podem fazer com que a Baixada Santista mude de status.  


“Não é nova a preocupação do Estado na Baixada Santista no que tange a incidência do vírus. Tanto que liberamos R$ 30 milhões para aumentar o número de leitos e capacidade (médica) instalada”, disse o secretário. 


Vinholi indicou que na próxima semana devem chegar à região a primeira leva de respiradores mecânicos pedidos pelos prefeitos locais. Foram solicitados 137 aparelhos para equipar os complexos hospitalares para o combate da Covid-19 na Baixada Santista. “Serão umas 50 unidades, até chegar a 95”, finalizou.

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