Governo de São Paulo monitora evolução do sarampo na região

Apesar da explosão de casos na Capital, Governo do Estado não muda estratégia para a Baixada Santista; infectologistas fazem alerta

Por: Da Redação  -  23/07/19  -  22:02
Santos é a única cidade da região com ampla imunização
Santos é a única cidade da região com ampla imunização   Foto: Irandy Ribas/ AT

Apesar do surto de sarampo na cidade de São Paulo, que fica a menos de 80 quilômetros da Baixada Santista, o Governo do Estado não vê com preocupação a situação da região. A Capital tem quase 400 casos da doença confirmados, enquanto por aqui são sete.


De acordo com a diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica Estadual, Regiane de Paula, o setor monitora todas as cidades para avaliar ou mudar estratégias. Onde for necessário, será ampliada a vacinação.  


“A orientação é trabalhar com bloqueio e varredura. Quando há um caso suspeito, vacinar todos os contatos da pessoa na casa, escola e trabalho em até 72 horas. E fazer a varredura nos quarteirões, até oito quadras de onde ela mora”.  


Regiane lembra que Santos foi a primeira cidade a fazer campanha, devido ao aparecimento de casos em um navio de cruzeiros, em fevereiro deste ano. Foram 100 mil doses da vacina enviadas ao Município e o resultado, segundo a diretora, foi um sucesso para que a doença não se espalhasse.


“Metade dos infectados são jovens entre 15 e 29 anos, população que habitualmente não procura a rede de saúde. Em São Paulo, montamos uma estratégia extra muros para chegar nesse público:vacinação em escolas, universidades, metrô, shopping. Cada município precisa montar a sua”.  


Alerta  


Os médicos fazem um alerta. “O sarampo é altamente contagioso. E dado o alto tráfego de pessoas entre as cidades é natural que possamos ficar mais vulneráveis. Devemos nos manter firmes no bloqueio vacinal. Uma vez vacinados, nada a temer”, opina o infectologista Evaldo Stanislau.


O infectologista Leonardo Weissmann acha que a preocupação é evidente. “Enquanto houver pessoas desprotegidas, a transmissão existirá. Uma pessoa com sarampo pode transmitir o vírus a até outras 18, segundo estudos. A circulação de pessoas entre Capital e litoral é muito grande. Por isso, o risco é grande”.  


Para o infectologista Marcos Caseiro, se os dados de vacinação de Santos estiverem corretos, mais de 90% dos moradores foram vacinados nos últimos anos. “É fundamental que tenhamos essa cobertura para uma imunidade de rebanho, uma proteção coletiva. Parece que atingimos. Isso é muito significativo, essa é a questão fundamental no sarampo”.  


Mais um  


Mais um caso suspeito de sarampo foi notificado em Santos nesta segunda-feira (22). Trata-se de um jovem de 23 anos, morador da Vila Belmiro, que passa a semana em São Paulo, onde estuda. O exame confirmatório ainda não ficou pronto. A prefeitura fez nesta terça-feira (23) bloqueio vacinal no bairro.


O caso de sarampo em uma estudante de 16 anos em Peruíbe, divulgado semana passada, também é considerado suspeito pelo estado pela falta de resultado da contraprova. 


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