Confiança sustenta mercados em condomínios da Baixada Santista

Modelo honest market não tem atendentes

Por: Matheus Müller  -  26/05/21  -  19:53
    Sensor ao lado das prateleiras: apesar de ser honest market, autoatendimento possui controle remoto
Sensor ao lado das prateleiras: apesar de ser honest market, autoatendimento possui controle remoto   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

Já pensou na possibilidade poder fazer compras de mercado dentro do prédio? O modelo de negócio conhecido como honest market (mercado honesto, na tradução livre) existe e começa a ganhar espaço entre os edifícios da Baixada Santistas. Na loja, montada em área do condomínio, os moradores podem se servir de produtos e pagar à empresa.


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Trata-se de um sistema de autoatendimento. Não há funcionários para controlar ou efetuar a cobrança - esta pode ser por aplicativos ou totens de pagamento, a depender do modelo adotado pela empresa. Apesar do nome falar em honestidade, todo cuidado é pouco e câmeras de segurança fazem o monitoramento do espaço.


À empresa cabe a responsabilidade de instalar todos os equipamentos, os mobiliários, além de abastecer o mercado e, eventualmente, efetuar a troca dos produtos com vencimento próximo. Até o consumo de energia da loja é ressarcido ao condomínio - em contrato é fechado um percentual sobre o lucro.


Patrícia Lafuente é síndica profissional e moradora do Way Orquidário, no Marapé, em Santos. Ela conta que há três meses teve início o serviço de mercado no prédio. “Com a questão da pandemia, os mercados fechados, restrições de horário, entendemos que seria muito importante para o condomínio e agregaria valor (...) Os moradores estão gostando”.


Controle biométrico


De acordo com Patrícia, desde que o modelo foi adotado no prédio não foi registrado nenhum problema. Apenas uma criança, certa vez, pegou um doce e depois os pais pagaram. A síndica ressalta, no entanto, que a geladeira com bebidas alcoólicas é travada e só liberada com digital, o que evita que menores venham a consumir os produtos.


Antes da instalação do minimercado, os condôminos tiveram que aprovar a medida. Segundo Patrícia, todas as intervenções da empresa prestadora do serviço foram supervisionadas. O Corpo de Bombeiro, inclusive, esteve no local para avaliar se haveria alteração no Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), o que não foi necessário.


Modelo utiliza inteligência artifical para melhorar vendas


Responsável pela franquia da Market4u na Baixada Santista, Caio Fernandes conta que a possibilidade de ganho de escala do negócio na região é grande e revela que, no País, já são milhares de prédios com minimercados. “Hoje, temos mais de mil condomínios em todo o Brasil”.


“Com a pandemia, esse modelo de negócio apresentou grande valor e aceitação do público devido à praticidade, comodidade e segurança em fazer as compras sem sair de casa e com seu próprio smartphone através do aplicativo (no caso da Market4u)”, diz.


Fernandes ressalta que o investimento da empresa em tecnologia é elevado e sempre voltado a atender as necessidades dos moradores. Além de travas nas portas das bebidas alcoólicas, ele conta ter um sistema de inteligência artificial que traça um perfil de cada usuário, com base no consumo dos produtos comprados.


“O principal desafio é estar sempre inovando, trazendo cada vez mais comodidade e segurança para os usuários, recentemente inserimos no nosso aplicativo a possibilidade de você criar uma loja virtual dentro da nossa plataforma e vender caso comercialize algum produto/serviço”, revela a medida para ajudar pessoas em meio à pandemia.


Way Orquidário


No caso do Condomínio Way Orquidário, seu minimercado foi instalado pela Wee Market. De acordo com o empresário Fernando Xavier, um dos sócios da empresa, o modelo vai virar tendência. Segundo ele, comodidade e praticidade dão viabilidade ao negócio.


Xavier aponta uma situação do dia a dia em que a opção de compra no edifício ajuda os moradores. “Tenho um filho de três anos, que busquei na escola, mas estava chovendo e não consegui ir ao supermercado”, conta ele, indicando um entre muitos outros cenários.


O empresário explica que o custo para montar um espaço semelhante ao do Way Orquidário ultrapassa R$ 50 mil e que a empresa assume todo esse custo, além de adaptar o modelo ao espaço. Diariamente, os funcionários abastecem o mercado e conferem os prazos dos produtos, muitos de fornecedores locais.


Os mercados de forma geral oferecem bebidas, embutidos, frios, doces, salgados, sanduíches naturais e produtos de limpeza.


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