Frota de carros na Baixada Santista cresce 54,7% em 10 anos

Região tem um veículo para cada quatro habitantes, índice superior ao do País; Santos puxa a proporção, com um para 2,98

Por: Eduardo Brandão & Da Redação &  -  25/02/19  -  14:00
  Foto: Carlos Nogueira/AT

Apesar de a indústria de veículos prever desaceleração no ritmo de produção e de vendas neste ano, a quantidade de carros circulando na Baixada Santista não para de crescer. Entre 2009 e este ano, o aumento foi de 54,69%.


As cidades da região já contam com um automóvel para cada quatro habitantes. Há uma década, a proporção era de 5,44 por veículo. No Brasil, a média é de 4,4.


Assim revela o cruzamento de dados realizado por A Tribuna, com base nas informações da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). A estimativa populacional das nove cidades da região é de 1.814.949 moradores. E 453.481 veículos de passeio (sem contar motocicletas e utilitários, como caminhões e ônibus) estão licenciados nos municípios.


Santos se mantém como uma das cidades com maior número de veículos emplacados no Brasil. São 143.615 carros registrados até janeiro deste ano, para uma população estimada em 427.673 habitantes. Equivale a um carro para cada 2,98 santistas. No Estado, fica atrás apenas de São Caetano do Sul.


Nos dois exemplos, uma das explicações é a alta renda per capita. Ambas as cidades detêm os melhores Índices de Desenvolvimento Urbano (IDH) do País – Santos é a sexta melhor colocada, no ranking liderado pela cidade da Grande São Paulo.


Tráfego lento


O alto índice de veículos é fenômeno antigo em Santos. Em2009, por exemplo, a relação era de um carro para cada 3,19 moradores. O grau de motorização tem provocado, cada vez mais, congestionamentos e deixado o tráfego lento.


“Alguns pontos da Cidade ficam complicados depois das 17 horas. O trânsito é intenso a qualquer hora do dia nos canais 1e2”, diz o motorista de aplicativos João Cavalcante Freitas.


Alternativas


Para o especialista em Educação para o Trânsito Eduardo Biavati, a melhora nos modelos de transporte de massa e alternativos (não motorizados ou elétricos) é uma forma de aliviar as malhas viárias locais. “É inviável e insustentável, pelo ponto de vista urbanístico, se todo mundo usasse transporte motorizado individual. Não cabe nas cidades e não tem como administrar”, comenta.


Como reflexo do fenômeno, estacionamentos privados na região central contam com fila de espera para abrigar novos mensalistas. “Tenho clientes que esperam dois, três meses até aparecer uma vaga”, diz um gerente, sob condição de anonimato.


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