Feliz emprego novo: Especialistas da Baixada Santista dão dicas para a conquista da vaga em 2021

Embora o momento seja bem delicado, especialmente a jovens sem experiência, há certas condutas que podem melhorar as chances

Por: Tatiane Calixto & Da Redação &  -  28/12/20  -  14:30
Veja dicas para conseguir uma vaga em 2021
Veja dicas para conseguir uma vaga em 2021   Foto: Reprodução/Unplash

Robson Barreto dos Santos Junior, de 17 anos, perdeu o emprego no início da pandemia. Após ingressar em um curso técnico, conseguiu uma vaga de jovem aprendiz. Agora, tem como meta ser efetivado. Assim como ele, diversos jovens enfrentam a dificuldade de conseguir uma vaga no mercado. A situação é difícil até para quem venceu o ensino remoto e conquistou o diploma. 


Por isso, A Tribuna ouviu especialistas e reuniu dicas para quem quer um emprego novo em 2021. 


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Mesmo com a crise que afeta o mundo e o fechamento de vários postos de trabalho, existem oportunidades. Robson, que mora com os pais e dois irmãos em Santos, vivenciou os dois lados da moeda. “Quando perdi meu emprego, fiquei desesperado. Em casa, estávamos passando por um momento bem complicado”, lembra o estudante. 


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Foi aí que ele decidiu participar da seleção (este ano não houve vestibulinho) para o curso de Logística na Etec e logo apareceu a oportunidade para concorrer a uma vaga no Jovem Aprendiz. “Isso abriu um céu no meio de uma tempestade”, conta Robson. Agora, ele quer terminar o curso e está de olho em uma efetivação na empresa em que está atuando. 


Tempo desfavorável


O momento não é fácil, principalmente para jovens sem experiência. Mas, para Paula Boarin, empreendedora, mentora de carreira e especialista em marca pessoal, é preciso investir em formação, como fez Robson, e ampliar os horizontes. 


“É importante identificar as formas de trabalho. PJ, voluntário, ingresso no setor público, freelancer, além do CLT. Quando pensamos em trabalho, logo pensamos em CLT, mas só um terço da população hoje trabalha nesse regime, porque realmente há anos as vagas não aumentam de forma expressiva. É preciso se abrir para essas outras formas, o que torna a busca mais leve e com mais oportunidades”. 


Além disso, Paula frisa que o mercado de trabalho é muito atraído por experiência. Ainda que se tenha uma boa formação superior ou técnica, esse é um ponto fundamental. Mas como o jovem vai ter experiência se ele não tem oportunidade? 


Esse é, na opinião da especialista, um ponto cruel. Mas que pode ser contornado. “Ele pode não ter tido uma oportunidade remunerada. Mas há estágios e trabalhos voluntários. Ele precisa criar de alguma forma essa experiência porque, realmente, essa é uma vertente perversa do mercado: exige uma experiência mesmo quando não dá a oportunidade”. 


Cursos e redes 


Quem está em busca de um novo emprego precisa estar atento à internet. Segundo Paula, é importante pensar na gestão da própria marca pessoal e trabalhar bem isso LinkedIn, que é uma rede social voltada para assuntos profissionais. 


“Os candidatos precisam ter mais estratégia, eles ainda pensam carreira de uma forma muito passiva: ‘Ah, vou colocar meu currículo no banco de currículos e esperar’. Não. Hoje, 80% das vagas são fechadas com indicação ou são buscadas no LinkedIn. Então, é importante ir atrás de contatos, ser ativo na rede”. 


E importante: conhecimento nunca é demais. “Nesse período de crise sanitária e econômica é importante que o jovem se prepare o máximo que conseguir. É importante destacar que diversas instituições de ensino estão ofertando cursos a distância, gratuitamente”, orienta Ana Paula Haiek Martinez, coordenadora pedagógica da Etec Dona Escolástica Rosa e responsável pelo programa Jovem Aprendiz da unidade.


Capacidade socioemocional é muito importante


Se é importante apresentar uma boa imagem, inclusive na internet, adquirir experiência e conhecimento e olhar para dentro de si também são exercícios que precisam ser feitos. Ana Paula Haiek Martinez, coordenadora pedagógica da Etec Dona Escolástica Rosa, diz que as competências e habilidades socioemocionais são muito apreciadas no mundo do trabalho e o autoconhecimento é extremamente importante. 


“Conhecer suas potencialidades, bem como suas fraquezas, é fundamental para o aprimoramento de próprio desempenho. Na escola técnica buscamos investir na construção e na avaliação das competências socioemocionais, pois acreditamos que estas se alinham às competências cognitivas, contribuindo positivamente no rendimento dos estudantes”. 


Ela garante que, nas avaliações que recebem a respeito dos alunos que participam do Programa de Aprendizagem, nota-se que as habilidades socioemocionais são sempre muito observadas pelos gestores das empresas. 


Mágica da oportunidade


De acordo com o CEO e headhunter da Prime Talent, David Braga, nesse contexto complexo e incerto em que vivemos, é fundamental que o profissional esteja ainda mais preparado para que o momento desfavorável possa virar oportunidade, independentemente do cargo a ser ocupado. 


Para isso, ele ressalta que as soft skills, as competências e habilidades socioemocionais, se fazem ainda mais necessárias, do estagiário ao presidente. Resiliência, flexibilidade, controle emocional; planejamento, comunicação; tomada de decisão e autoconhecimento são tão importantes quanto as questões técnicas. 


“Diante de uma crise, é fundamental criar caminhos alternativos e propor soluções para as questões que se apresentam. Ser criativo, ousado, disruptivo, ter abertura mental e diplomacia para lidar com contextos cada vez mais complexos”, resume Braga. 


Assim, cada profissional e candidato a uma vaga precisa ter consciência de que se conhecer é um dos fatores de sucesso, pois possibilita entender suas potencialidades, saber como colocá-las em prática, além de identificar e diminuir as próprias deficiências. 


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