Faltam candidatos para a presidência do Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista

Eleição municipal e possibilidade de reeleição de seis dos nove prefeitos, em outubro próximo, esvaziam interesse ao cargo

Por: Eduardo Brandão  -  11/02/20  -  22:57
Luiz Maurício e Pedro Gouvêa presidiram colegiado nos dois últimos mandatos
Luiz Maurício e Pedro Gouvêa presidiram colegiado nos dois últimos mandatos   Foto: Nirley Sena/Arquivo AT

No que se desenha uma das mais mornas corridas à sucessão dos últimos tempos, o Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista (Condesb) elege, no próximo dia 20, o novo presidente do colegiado. Às vésperas da definição, contudo, nenhum candidato se apresenta de forma oficial para ocupar o posto.


Eleição municipal e o fato de seis dos nove prefeitos poderem concorrer à reeleição em suas respectivas cidades, em outubro próximo, têm esvaziado o interesse para o cargo. Formado pelos nove prefeitos e representantes do Governo do Estado, o Condesb é presidido por um dos chefes dos Executivos da Baixada Santista.


“Até o momento, não houve qualquer movimentação política nesse sentido para definir uma futura candidatura ou apoio ao Condesb”, resume o prefeito de São Vicente e ex-presidente do colegiado (2016), Pedro Gouvêa (MDB). 


Fala semelhante tiveram outros prefeitos ouvidos por ATribuna.com.br.  Embora não exista nenhuma regra específica, em anos de corrida eleitoral nas cidades, costuma-se destacar para o cargo um mandatário sem mais ambição nas urnas.


Assim ocorreu na última eleição municipal, quando o então prefeito de Bertioga, José Mauro Dedemo Orlandini (2009-2016), assumiu o comando do colegiado. Naquela ocasião, ele não poderia mais se lançar à sucessão em Bertioga, por cumprir seu segundo mandato consecutivo.


Com esse cenário, apenas três prefeitos se encaixam no perfil para presidir o Condesb: Paulo Alexandre Barbosa (Santos), Marco Aurélio (Itanhaém) e Alberto Mourão (Praia Grande) – todos do PSDB. Já os demais chefes dos Executivos municipais aspiram ambições de concorrer à reeleição.


Procurados ao longo desta semana, os três mandatários tucanos evitaram falar sobre o tema. O trio já ocupou nos últimos anos a presidência do colegiado. 



Eleição quente
O baixo interesse atual destoa da queda de braço para o comando do colegiado de dois anos atrás. Durante a corrida eleitoral para o Palácio dos Bandeirantes – sede do Executivo do estado – uma clara divisão formou-se no Condesb. De um lado, políticos leais à candidatura de Márcio Franca (PSB) ao governo paulista; do outro, aliados de João Doria (PSDB). 


Uma chapa formada pelo atual presidente do órgão, o prefeito de Peruíbe Luiz Maurício (PSDB), chegou a ser apontada como a indicada pelos pares ao comando do órgão. Dias antes da definição, contudo, políticos mais inclinados a França – que assumiria o governo paulista em abril daquele ano, para que Geraldo Alckmin (PSDB) pudesse concorrer à Presidência da República – surgiram como opção ao posto. 


Sem um consenso, pela primeira vez em mais de duas décadas houve votação direta para a escolha do novo comando do órgão. Por largo placar, sagrou-se vencedora a ala inclinada ao ex-prefeito vicentino. Com isso, Gouvêa assumiu o comando do colegiado, tendo Valter Suman (PSB- Guarujá) como vice. 


A apertada derrota do socialista no segundo turno para o Governo do Estado – no qual, sagrou-se vencedor Doria – fez com que Luiz Maurício assumisse o posto com um ano de atraso. O prefeito de Peruíbe entrega o cargo neste mês. “Foi um ano diferenciado. A visão do governador de fortalecer as regiões metropolitanas fez com que houvesse uma reestruturação [no colegiado]”, diz ele.


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