Estudantes dizem que está difícil negociar mensalidade

Uma nota técnica divulgada pelo Procon-SP na semana passada sugere às universidades que negociem as mensalidades

Por: Júnior Batista  -  20/05/20  -  23:01
Você gostaria de ter mais foco nos estudos?
Você gostaria de ter mais foco nos estudos?   Foto: Fonte: Shutterstock

Estudantes universitários começaram a sentir dificuldades para pagar em dia as mensalidades nas faculdades por conta da pandemia do novo coronavírus.


Um santista de 26 anos, que prefere não se identificar por medo de represálias, contou que trancou sua matrícula em um curso em uma instituição de Ensino Superior da Cidade, ainda no primeiro semestre, porque ficou insatisfeito com o tratamento recebido.


“Eles estão cobrando a mensalidade cheia, sendo que agora estão com aulas EaD (a distância). A falta de transparência da coordenação também fez com que eu trancasse a matrícula”, contou o rapaz, que acabou perdendo o estágio por conta dessa decisão.


Outra universitária de Santos, de 30 anos, também trancou sua matrícula. Ela falou que ficou insatisfeita com a falta de organização. “Uma hora disseram que o nosso curso não poderia ser a distância, depois fizeram aulas nas redes sociais. Fiquei decepcionada”.


Polêmica


Uma nota técnica divulgada pelo Procon-SP na semana passada sugere às universidades que negociem as mensalidades. Por sua vez, o Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp) reforça que o documento divulgado pelo Procon-SP não significa obrigatoriedade de fechar acordo.


Ainda assim, o presidente do Procon-SP e secretário especial de Defesa do Consumidor do Estado, Fernando Capez, garante que a melhor forma de resolver situações como essas é o diálogo.


Ele detalha que, na semana passada, ficou definido que as instituições de Ensino Superior são obrigadas a responder às solicitações dos universitários em um prazo de até 15 dias.


“Somente no caso de frustrada essa tentativa o consumidor deve procurar o Procon-SP, que pode assumir essa negociação e averiguar prática abusiva”.


Do outro lado, o Semesp destaca que as universidades devem “disponibilizar um canal de atendimento ao aluno para tratar de sua situação financeira e analisar a situação contratual de inadimplência, com o objetivo de negociar alternativas para o pagamento das mensalidades”.


Em nota, o diretor-executivo do Semesp, Rodrigo Capelato, diz que “a maior parte dos recursos obtidos pelas instituições de Ensino Superior destina-se às suas folhas de pagamentos e que, desse modo, uma eventual redução generalizada nos valores das mensalidades provocará, simplesmente, a quebra do setor”.


Logo A Tribuna
Newsletter