Estado pode criar fase ainda mais restritiva do que a vermelha no Plano SP

Na atual fase vermelha, só funcionam serviços essenciais; bares e restaurantes, só por delivery. Nesta segunda (1º), São Paulo atingiu 73,2% de ocupação de leitos de UTI e bateu um novo recorde de pacientes internados

Por: Tatiane Calixto  -  02/03/21  -  14:06
Ideia em estudo visa ampliar o  Plano SP
Ideia em estudo visa ampliar o Plano SP   Foto: Matheus Tagé/AT

O Centro de Contingência da Covid-19 deve recomendar ao Governo Estadual a criação de uma fase ainda mais restritiva do que a vermelha no Plano São Paulo. A medida, visando uma maior contenção na circulação das pessoas, é uma forma de enfrentar o que a equipe médica encara como o pior momento da pandemia no Estado e no País. 


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Nesta segunda-feira (1º), São Paulo atingiu 73,2% de ocupação de leitos de UTI e bateu um novo recorde de pacientes internados em terapia intensiva: 7.173. “É preocupante o que estamos observando. Posso dizer que a velocidade de crescimento de internações a que estamos assistindo nos últimos dias não tinha sido vista anteriormente. E a principal forma de evitar isso é impedindo que as pessoas se encontrem”, afirmou o coordenador do Centro de Contingência, Paulo Menezes. 


Para isso, segundo ele, está sendo discutida com o Governo a possibilidade de uma nova classificação – nos bastidores fala-se em fase roxa – mais restritiva que a atual fase vermelha. Atualmente, a etapa mais rígida do Plano São Paulo prevê o funcionamento normal apenas de serviços considerados essenciais, como farmácias, mercados, padarias, lojas de conveniência, bancas de jornal e postos de combustíveis, por exemplo. Já os comércios e serviços não essenciais só podem atender em esquema de retirada na porta, drive thru e entregas por telefone ou aplicativos. 


“Estamos muito preocupados e é possível que tenhamos que ampliar as medidas mais duras”, acrescentou o coordenador executivo do Centro de Contingência, João Gabbardo. Durante a coletiva, Gabbardo cobrou do Governo Federal ações coordenadas de combate à covid-19 explicando que, até então, a pandemia avançava de forma regionalizada. Agora, porém, “o País inteiro está colapsando”. 


“Por isso, não é possível que as medidas fiquem só em níveis municipal e estadual. É preciso uma comunicação única”. Gabbardo citou uma carta assinada pelos secretários estaduais de Saúde que pede que o Ministério da Saúde assuma o processo de alinhar o discurso e ações para frear o avanço da pandemia. 


A carta
 
O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) tornou pública ontem uma carta em que pede um pacto nacional pela vida e enumera ações e medidas mais rigorosas de combate à pandemia que devem ser adotadas de forma única pelo País. 


Entre as ações, o conselho fala na proibição de eventos presenciais; suspensão das atividades presenciais de todos os níveis da educação; toque de recolher nacional a partir das 20h até as 6h da manhã e durante os finais de semana; fechamento das praias e bares; adoção de trabalho remoto sempre que possível, tanto no setor público quanto no privado; a instituição de barreiras sanitárias nacionais e internacionais, considerados o fechamento dos aeroportos e do transporte interestadual e a adoção de medidas para redução da superlotação nos transportes coletivos urbanos. 


O documento também solicita o reconhecimento legal do estado de emergência sanitária e a viabilização de recursos extraordinários para o SUS e um plano nacional de Comunicação, com o objetivo de reforçar a importância das medidas de prevenção e esclarecer a população. 


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