Estado não recua, mantém Baixada Santista em alerta máximo e impede retomada

Em nova reunião, prefeitos da região voltaram a pedir a alteração da restrição imposta às nove cidades, mas classificação foi mantida

Por: Maurício Martins  -  29/05/20  -  03:15
Atualizado em 29/05/20 - 03:44
Comércio e outras atividades continuarão sem funcionar na região
Comércio e outras atividades continuarão sem funcionar na região   Foto: Matheus Tagé/AT

O Governo Estadual não aceitou os argumentos das prefeituras da Baixada Santista e manteve em vermelho o nível da classificação regional no Plano São Paulo (que estipula regras para flexibilização da quarentena). Assim, não é permitida a retomada gradual das atividades econômicas e a restrição máxima permanece por, pelo menos, mais 15 dias. 


Em nova tentativa de fazer o Estado mudar de ideia, todos os prefeitos da região fizeram uma reunião por videoconferência, na noite desta quinta-feira (28), com o secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, o coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus, Dimas Covas, e o secretário estadual de Turismo, Vinicius Lummertz. Apesar da longa discussão de mais de uma hora, que acabou após às 22 horas, não houve consenso.  


Presidente do Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista (Condesb), o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), tentará nova negociação nesta sexta-feira (29), pessoalmente, às 13 horas, no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo. Ele representará a região. Após a reunião na noite desta quinta, Barbosa preferiu não falar com a imprensa.  


Já o prefeito de Praia Grande, Alberto Mourão (PSDB), disse que a reunião foi bastante tensa e que os representantes estaduais se mostraram irredutíveis, mesmo com todos os números demonstrando, segundo ele, que a Baixada não está no vermelho.  


“Peguei a planilha, fiz os cálculos com eles, mostrei, mas não adiantou. Falam que temos 80% dos leitos (de UTI) ocupados, o que não é verdade. Não dá para entender o motivo de permanecermos nessa fase vermelha, se os números dizem o contrário”, ressalta Mourão.  


Critérios questionados 


Os prefeitos da região questionam os critérios usados na avaliação, especialmente o número de leitos de UTI para Covid-19 e a ocupação deles. Eles dizem que a Baixada Santista não está com 80% de leitos intensivos ocupados, mas índice menor de 65%. Assim, poderia ser inserida na segunda fase, laranja, que possibilita implantar os planos municipais de reabertura. 


Além da região, somente o Vale do Ribeira e a Grande São Paulo foram classificados na zona vermelha (para os locais que registram altas taxas de ocupação de UTI e evolução na contaminação pelo coronavírus) e devendo manter as mesmas regras de isolamento social em vigor desde o dia 24 de março. A Capital, embora seja o epicentro da epidemia no Brasil, com maior número de casos, ficou de fora e poderá iniciar a retomada.  


Resposta 


O secretário Marco Vinholi não atendeu ao pedido de entrevista. Em nota, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional diz que ele “está dialogando com os prefeitos” e que o Estado “trabalhou a implementação de novos leitos e aumento da capacidade hospitalar”. 


Em entrevista na tarde desta quinta, à TV Tribuna, Vinholi disse que a taxa de ocupação de leitos e o crescimento das mortes por coronavírus na Baixada Santista impedem que a região saia da fase vermelha e que isso “já era sabido por todos na Baixada”.  


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