Especialistas listam profissões que devem ter destaque no mundo pós-pandemia

Cada vez mais viveremos numa sociedade de humanização, com a inteligência emocional e a diversidade pautando as atividades em um mundo cada vez mais tecnológico. Quem estiver ciente disso se dará melhor na carreira no chamado “mundo pós-pandemia”, no qual algumas profissões terão ainda mais destaque, em especial as que são ligadas a áreas como saúde, finanças e tecnologia (confira lista ao lado).

Mentora de carreiras e psicóloga há mais de 20 anos, Fernanda Tochetto destaca que o primeiro passo a ser dado por quem busca se atualizar é ficar atento às surpresas. “Deve-se trabalhar a mente para ter uma inteligência emocional, sabendo mudar e se adaptar. Essa capacidade de transformação será cada vez mais exigida porque os impactos estão ocorrendo muito rapidamente”.

Fernanda desenvolveu um método chamado sociedade 5.0, com foco nessas habilidades pessoais e na capacidade de adaptação às mudanças de maneira rápida. Chegou a ministrar cursos a partir de experiências no Vale do Silício, na Califórnia (EUA), considerado centro mundial das mentes inovadoras e sede de gigantes do ramo tecnológico, como a Apple.

Com essa bagagem, ela frisa a necessidade de não deixar para trás oportunidades e temas que parecem distantes de nossa realidade em um primeiro momento. “A telemedicina um dia foi só uma ideia, hoje é realidade. Outro exemplo nesse sentido é a inteligência artificial”, destaca a especialista.

Nova postura

Para a consultora de Relações Humanas Rita Zaher, a pandemia da covid-19 levou o profissional que trabalha em home office a ser seu autogestor.

“Os chefes não estão olhando de forma direta, mas a cobrança pela entrega está maior. Então, é preciso esse autogerenciamento para não ser substituído. As pessoas estão sendo avaliadas pela qualidade do que entregam”.

Com as jornadas reduzidas, o pensamento empreendedor também é intensificado, pois a pessoa poderá ter mais de um emprego. E o que ela puder fazer para investir em si, é válido. “Há possibilidades de cursos a distância que não eram possíveis antes. O foco é que vai definir como ela investe em si mesma”.

Olhares regional e global

Dentro das atividades que farão a diferença daqui para frente, Fernanda diz que cada vez mais as formações poderão ser específicas, pois a disponibilidade de cursos de formação está mais segmentada. No entanto, o novo profissional precisará estar atento à região onde vive, sem deixar de lado um olhar global de inovação.

“O trabalhador terá que ter um olhar empreendedor, mesmo sendo empregado de uma empresa. A palavra é desapegar das formas tradicionais. Estamos no meio de um furacão. É preciso entender quais são as habilidades que se domina e escolher exatamente o que quer. Ser especialista entendendo que há questões globais que não podem ser deixadas de lado”.

Coronavírus acelera mudanças na rotina

Nesse turbilhão de mudanças, chama atenção o pacote de novos desafios impostos na esfera profissional por um sociedade imersa em uma revolução tecnológica, vivendo hoje mudanças que deveriam ocorrer em um período de até dez anos.

Nesse ponto, conforme a mentora de carreiras e psicóloga Fernanda Tochetto, muitos temem que as máquinas substituam o trabalho humano. Contudo, segundo ela, em uma sociedade 5.0, os sistemas inteligentes não devem ser considerados inimigos.

“Pelo contrário, devem ser entendidos como aliados no processo de evolução social. São ferramentas que melhoram a qualidade de vida e auxiliam as entregas profissionais”.

Um ponto que precisa ser priorizado na nova economia é a gestão de clientes. A especialista destaca que o nível de exigência do cliente atual está cada vez mais alto e, para fidelizá-lo, o empreendedor necessita surpreendê-lo e engajá-lo.

“A empresa não pode aparecer apenas no momento de vender o produto. Ela precisa cuidar do cliente, auxiliá-lo, facilitar o processo, gerando oportunidades a ele”.

Habilidades

Quanto às habilidades que o profissional deve ter para incrementar sua performance de trabalho, a psicóloga destaca, em primeiro lugar, a capacidade de ser flexível aos desafios, obtendo respostas rápidas.

A segunda aptidão se refere ao relacionamento interpessoal, atrelado à capacidade de ser um bom líder no dia a dia.

Para se distinguir profissionalmente, segundo Fernanda, é preciso ter a inteligência criativa, caracterizada pela capacidade de criar soluções fora do padrão. Aprender a lidar com a inteligência artificial é uma aptidão a ser cultivada na busca pelo sucesso.

Presença 

As conexões presenciais não deixarão de ser importantes, segundo a mentora de carreiras Fernanda Tochetto. Mas estamos caminhando para um mundo híbrido, que também levará em consideração os trabalhos remotos. Não dá para afirmar que o home office será uma realidade para todo mundo. “Do ponto de vista de saúde, a presença física faz toda a diferença. Tudo que é em excesso ou em falta faz mal. Nem todas as pessoas lidam bem com essa mudança tão rapidamente”.