Escolas da região têm problemas de manutenção, sofrem vandalismo e são alvos de ladrões

Furtos e descaso são frequentes nas unidades de Santos, Bertioga, São Vicente, Cubatão e Guarujá

Por: Da Redação  -  22/06/19  -  14:20
Chuvas são apontadas como causadoras de estragos na biblioteca da UME 28 de Fevereiro, no Saboó
Chuvas são apontadas como causadoras de estragos na biblioteca da UME 28 de Fevereiro, no Saboó   Foto: Irandy Ribas/AT

A situação da escola estadual Jardim Vicente de Carvalho, em Bertioga, resume o estado de parte das unidades educacionais públicas da região. O imóvel foi interditado nesta semana por apresentar rachaduras que comprometem a segurança. Problema que se soma a atos de vandalismo e furtos, ocorridos, em especial, nos fins de semana.


Em Bertioga, a Escola Estadual Jardim Vicente de Carvalho foi interditada por causa das rachaduras
Em Bertioga, a Escola Estadual Jardim Vicente de Carvalho foi interditada por causa das rachaduras   Foto: Prefeitura de Bertioga/Divulgação

Com a unidade fechada, os alunos ficaram sem aulas. A previsão da Diretoria Regional de Ensino é que a rotina seja retomada na terça-feira, mas em outros endereços. Uma faculdade privada e polo estadual de ensino serão usados provisoriamente para não prejudicar o planejamento.


Segundo o diretor da regional de Ensino de Santos – que também engloba as unidades de Cubatão, Guarujá e Bertioga – João Bosco Arantes Braga Guimarães, o imóvel foi erguido numa área de manguezal, em 2006. A falha estrutural teria sido provocada por uma acomodação do imóvel no terreno.


A hipótese de movimentação de terreno consta no levantamento feito por engenheiros da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), órgão da Secretaria Estadual da Educação, e a Defesa Civil.


Em nota, a Prefeitura de Bertioga destaca que técnicos estudam a situação para garantir a segurança dos alunos e funcionários. Também diz prestar assistência necessária para que os alunos não fiquem sem aula.


Mar de problemas


Falha estrutural não é o único empecilho sofrido nas unidades. No começo do ano, a Unidade Municipal de Ensino (UME) Augusto Leão de Moura, na Zona Noroeste, em Santos, teve registro de furto de cabos de cobre, torneiras e dutos de gás de cozinha.


Em dois anos, a unidade teve ao menos seis atos criminosos, dizem funcionários. As ocorrências se deram durante feriados prolongados.


Nem mesmo câmeras de segurança e o sistema de alarme inibem a ação dos criminosos. Pais de alunos e membros do conselho santista de educação questionaram a falta de segurança e omissão do Poder Público para coibir o vandalismo no local, cada vez mais frequente.


Em São Vicente, a Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Duque de Caxias também é alvo preferido de criminosos. Sem se identificar, pais de alunos dizem serem comum as aulas canceladas por invasões ocorridas.“Sempre furtam alguma coisa. Não adianta nada portões de ferro e cadeado. Como não tem segurança (à noite e final de semana), virou ponto escolhido para levar peças. Quem sofre são os alunos”, revolta-se uma mãe, sob condição de anonimato.


Em Guarujá, o sistema de monitoramento da cidade registrou o furto cometido por um homem na Escola Municipal Professora Dirce Valério Garcia, no bairro Tejereba. Com ele, guardas municipais encontraram 20 metros de fios furtados, bem como ferramentas para cometer o delito. Segundo a Prefeitura, 73 unidades da rede municipal contam com sistema de monitoramento. Em maio, um rapaz foi detido em Praia Grande por furtar dois botijões de gás. Ele disse ser viciado em drogas e justificou o delito à necessidade de arrumar dinheiro para pagar dívida contraído com traficantes.


Chuvas de verão


Se não bastasse o vandalismo, até mesmo as condições climáticas prejudicam unidades de ensino. As chuvas de verão este ano são apontadas como causadoras de estragos na recém-reformada biblioteca da UME 28 de Fevereiro, no Saboó. Um requerimento apresentado pelo vereador Zequinha Teixeira (PSD) questiona a Administração santista a resolver os vazamentos nos telhados da escola.


Na UME 28 de Fevereiro chove mais dentro da sala de aula do que fora
Na UME 28 de Fevereiro chove mais dentro da sala de aula do que fora   Foto: Divulgação

Já a UME Estado do Rio Grande do Sul, em Cubatão, teve por duas ocasiões registros de furtos de alimentos e eletroportáteis (como batedeiras e espremedor de frutas, que sequer foram repostos). Na última ação criminosa, uma porta de metal ficou danificada, que a impede de ser trancada. A Prefeitura teria alegado falta de recursos para o conserto, razão pela qual a direção pediu donativos para os pais de alunos.


O comunicado viralizou nas redes sociais. A Administração nega a versão. Temendo represálias, nenhum representante da unidade quis comentar de forma oficial o assunto.


Prefeituras adotam medidas contra o crime


As prefeituras dizem adotarmedidas para inibir práticas criminosas e realizar serviços de manutenção nas unidades. Santos, por exemplo, afirma que 14 escolas recebem obras de melhorias. E outras dez escolas têm previsão para início dos reparos até julho.


Em nota, a Secretaria Municipal da Educação (Seduc) destaca que as necessidades das escolas 28 de Fevereiro estão sendo avaliada. “Periodicamente, são feitas manutenções, como os reparos na parte hidráulica”, diz o comunicado.


Afirma, ainda, que 42 escolas possuem câmeras, instaladas por meio de medida compensatória pela Embraport. Algumas unidades instalaram os aparelhos com verba própria.


A Guarda Civil Municipal (GCM) informa que são realizadas rondas com viaturas diuturnamente nas unidades, sendo que algumas escolas contam também com um integrante da GCM.


Cubatão


Segundo a Prefeitura de Cubatão, os alimentos furtados UME Estado do Rio Grande do Sul foram repostos no mesmo dia, não prejudicando a alimentação dos alunos. Afirma que “o processo de reposição dos equipamentos furtados está em andamento”.


A Secretaria Municipal de Segurança Pública e Cidadania informou que a Polícia Militar intensificou as rondas escolares nas unidades de ensino. O titular da pasta cubatense, Jefferson Cansou, esclarece que está em fase de estudo ampliação do contrato de vigilância de próprios públicos, sem precisar prazos.


São vicente


Já São Vicente diz ter solicitado à Polícia Militar o reforço nas rondas escolares. Afirma que as unidades têm vigilantes que fazem o controle de acesso. “Com relação ao monitoramento, existe um planejamento para a instalação das primeiras câmeras”, informa, por meio de nota.


A Administração vicentina acrescenta ter um cronograma de serviços para ser implantado nas unidades. Serviços de zeladoria também foram realizados pela Codesavi neste mês no entorno da escola Duque de Caxias. A ação integra o mutirão Mãos à Obra.


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