Empresa relata dificuldade em conseguir autorização para emplacar veículos no padrão Mercosul

As dificuldades dos motoristas em cumprir as exigências do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) e emplacar os veículos com a nova identificação do Mercosul  é a mesma de empresas que buscam credenciamento para exercer o trabalho. Na Baixada Santista, até o momento, não existem unidades autorizadas.

Enquanto isso, a grande demanda pelo serviço tem complicado o contato e os negócios com as empresas da Capital e interior. São apenas 16 autorizadas até o momento.

O administrador da Tecnoplaca, Ronaldo dos Santos, conta que a empresa sediada em Cubatão se prepara há dois anos para realizar o trabalho, mas, quando foi aberto o período de credenciamento no Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP), encontrou muita dificuldade em ingressar nesse mercado.

Segundo ele, falta de informação, desconhecimento dos funcionários e a má vontade em encaminhar os processos foram os principais problemas encontrados. “Estamos há quase 20 dias tentando o cadastramento”.

“Acho que as exigências são válidas e estão na medida certa. O problema foi a desinformação, que dificultou o início da nossa jornada. Tentamos cadastro via site, nos reportando ao Denatran de Goiás - que é o nacional. Depois, soubemos por eles que estávamos no caminho errado e tínhamos que procurar pelo Detran local [Cubatão, cidade sede da empresa]”.

Santos conta ter sido muito mal atendido na unidade. Segundo ele, os funcionários mandaram ver as informações no portal. “Inicialmente, nos diziam: não é aqui, você tem que ver no site. Encontramos muita resistência”.    

Santos explica que após as matérias publicadas por A Tribuna, e o encaminhamento de um amigo que conhece os procedimentos no departamento, é que as conversas avançaram. Ele diz já ter apresentado toda a documentação à unidade do Detran em Cubatão e só aguarda a autorização para começar o serviço.

O administrador acredita que em 45 dias, passada toda uma burocracia, a empresa deva começar as atividades. Santos explica que são duas opções para credenciados: confeccionar ou estampar as placas - a Tecnoplaca seria responsável pelo processo final.

Uma vez autorizada a realizar os emplacamentos, a empresa pode disponibilizar funcionários para colocar as placas em outros municípios, nos Detrans, concessionárias ou em residências.

O mesmo serviço pode ser feito pelas demais empresas cadastradas no Detran. O administrador ressalta, porém, que a grande quantidade de serviço só é atendida por 16 empresas no estado, o que dificulta o processo de emplacamento. Santos cita que no Paraná, por exemplo, existem mais de 300 opções.  

Quem deve trocar?

De acordo com a resolução 780/2019 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), placa do Mercosul deve ser instalada em veículos novos, na mudança de categoria do automóvel, por furto, extravio, roubo ou dano e em decorrência da transferência de município ou estado. A troca não é obrigatória nos demais casos.

Resposta

Em nota, o Detran-SP informa que “não faltam placas Mercosul no Estado de São Paulo”. O órgão diz seguir a resolução 780/2019 do Contran e, portanto, começou a exigência do novo emplacamento no dia 1º de fevereiro.

“Anteriormente, com as placas cinza, o Detran-SP possuía quatro empresas emplacando no estado, por sistema de licitação”. O departamento ressalta que continua a cadastrar empresas interessadas. Informações podem ser obtidas pelo link bit.ly/2H1HKCk.