Empresários da construção civil estão preocupados com empregos dos demais segmentos econômicos

Setor tem cerca de 1,2 milhão de trabalhadores no Brasil, segundo estimativa da Caixa Econômica Federal

Por: Rafael Motta & Da Redação &  -  12/04/20  -  17:05
Confiança do empresário da construção sobe 2,6 pontos em julho
Confiança do empresário da construção sobe 2,6 pontos em julho   Foto: Imagem Ilustrativa/Arquivo/Agência Brasil

A Caixa só emprestará dinheiro a construtoras caso elas se comprometam a manter empregos. O setor tem cerca de 1,2 milhão de trabalhadores no País, segundo estimativa do banco.


Na Baixada, a construção civil teve saldo positivo de 1.542 vagas no ano passado, abaixo apenas do comércio, com 1.991 empregos (saldo é a diferença entre admissões e cortes). Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia.


“Construção é emprego na veia, do prego à lâmpada”, comenta o presidente da Assecob, Ricardo Beschizza, sobre os postos de trabalho diretos e indiretos no segmento.


No entanto, os empresários também pensam em emprego nos demais segmentos econômicos. Sobretudo, em quantos continuarão trabalhando quando passar o ápice do coronavírus e se ainda estarão dispostos a investir.


O diretor regional do Secovi, Carlos Meschini, pensa que levará de 30 a 50 dias para se saber realmente o que terá acontecido com o mercado de trabalho em geral. Ricardo Beschizza se ressente da ausência de estatísticas, pois, agora, o Caged só divulgará resultados com atraso de dois meses e, neste ano, não apresentou dados.


“O medo é o pior de tudo. A gente já estava se recuperando da bolha do pré-sal entre 2014 e 2016, quando as pessoas tinham dinheiro, mas medo de serem mandadas embora (do trabalho). Agora, nem temos como fazer uma previsão”, compara Meschini.


“(A crise decorrente da pandemia) está muito parecida com a do Plano Collor (de 1990): do dia para noite, todo mundo amanheceu com 50 dinheiros (50 mil cruzados novos, a moeda da época). Aí (com a restituição em contas bancárias), começou a andar, mas era outra situação”, relembra Beschizza, sem ter como antever a retomada.


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