Empresário da Baixada Santista dá a volta na crise e impulsiona comércio nas redes sociais

Izidro Morros passou por momentos muito difíceis na pandemia e achou até que ia fechar, mas acabou tendo ainda mais clientes

Por: Jean Marcel  -  26/12/20  -  22:55
Izidro, da Esquina DuCamarão, se aproximou dos clientes na crise
Izidro, da Esquina DuCamarão, se aproximou dos clientes na crise   Foto: Arquivo Pessoal

Izidro Carlos Morros é proprietário do estabelecimento Esquina DuCamarão, que existe há 18 anos em Praia Grande. Hoje, ele pode dizer que conseguiu dar a volta na crise gerada pela pandemia escapando como se fosse um camarão, que ao sinal de perigo, rapidamente volta para trás, para, observa e escolhe uma saída. "Usamos estratégias pensadas, evitando a impulsividade, afinal eu tinha que manter o local funcionando, pois as minhas despesas não pararam", conta o empresário.


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E isso acontece com muitos empreendedores e empresários além dele. De acordo com o Sebrae, cerca de 31% das empresas mudou o funcionamento e precisou se adaptar para manter a saúde financeira durante a pandemia. É o que mostra a pesquisa 'O impacto da pandemia de coronavírus nos pequenos negócios', realizada pela entidade.


Para Morros, o primeiro momento foi muito confuso. "Não sabíamos o que ia acontecer, é muito estranho, num dia estamos com tudo funcionando e no dia seguinte temos que baixar as portas. Fechamos por três semanas, enquanto tentávamos entender o que estava realmente acontecendo".


Nas semanas seguintes, sem poder reabrir, sem ter clientes e com as contas para pagar, o empresário chegou a pensar que não ia conseguir, mas optou por testar o delivery. "Num primeiro momento, mesmo entregando, as pessoas ainda estavam trabalhando, muitas ainda estavam empregadas, e começavam a falar em home-office. Nessa época as pessoas ainda tinham algum dinheiro. Nesse período foi até positivo, pois as entregas aumentaram", confessa Morros. 


"Quando começou a ficar mais difícil para todo mundo e o delivery começou a cair novamente, tive que dar passos para trás, economizar ainda mais, e pensar em soluções. Postamos mais nas redes sociais, criamos promoções, e intensificamos a nossa simpatia de sempre no atendimento. O dinheiro estava curto pra todo mundo e a crise só piorava a cada dia, mas essa estratégia foi o que salvou a gente. Pra mim funcionou", conta o empresário.


Durante o período de pandemia só fazendo entregas, ele também conquistou novos clientes que já foram ao local quando reabriu parcialmente, e também se aproximou mais dos que já tinha. "Acabei tirando uma lição de tudo isso, que nunca vou me esquecer", relata.


Segundo ele, muitas pessoas ficaram estressadas, enquanto outras enxergaram melhor os outros e  optaram por ajudar. "Pessoas têm perdido amigos, parentes, e não está sendo nada fácil para ninguém essa situação, mas desejo muito que o ser humano seja uma pessoa melhor. Que todos tenham mais empatia."


Luz no fim do túnel


Duas propostas tramitam no Senado Federal e podem ajudar muito aos empreendedores. Os projetos de Lei Complementar (PLP) 200 e 224 (de 2020) preveem a suspensão da cobrança de dívidas das pequenas empresas com a Fazenda Pública durante a pandemia do novo coronavírus, e a instituição de um programa de refinanciamento das dívidas dos optantes do Simples Nacional, respectivamente.


Morros enxerga outra luz no fim do túnel na própria pessoa: "O sol brilha sim para todos. Não importa qual seja a dificuldade, sempre vai ter jeito. Se for seu caso, acalme-se, não saia dando cabeçada por aí no desespero, e nem arriscando testes à toa. Coloque amor pelo que faz acima de tudo, e o retorno acaba vindo. Não é fácil, mas é importante parar, não reclamar, observar o que está se apresentando e ter fé. A partir daí pensar numa solução e ela aparecerá, pois sempre há uma saída". 


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