Em 72 horas, volume de chuva em Santos supera 15% a média histórica de agosto
No acumulado do mês, desvio de precipitação supera 81% da marca esperada para o período. Morros estão em estado de atenção
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) manteve o alerta laranja de chuva intensa, ventania, deslizamento de encostas e agitação marítima para a faixa do litoral paulista nesta sexta-feira (21). Apenas nas últimas 72 horas, o volume de precipitação registrado em Santos superou em 15% a média histórica para agosto. Temperaturas baixas e aguaceiro pesado são esperados nas cidades da região neste final de semana. Os morros santistas foram reclassificados para estado de atenção.
A coloração laranja é a segunda mais elevada e indica alto risco de incidentes devido ao volume de chuvas, conforme parâmetros de classificação da Defesa Civil. O alerta cita riscos de queda de encostas e de alagamentos em diversos pontos do litoral paulista.
Ela é acionada quando a situação meteorológica tem potencial de tornar-se perigosa, com volume de precipitação entre 30 e 60 milímetros por hora ou até 100 milímetros no dia – cada milímetro equivale a um litro de água por metro quadrado. O comunicado cita ainda possibilidade de ventos com intensidade entre 60 e 100 KM/h e queda de granizo.
Segundo o boletim da Defesa Civil de Santos (emitido no começo da manhã desta sexta-feira), o índice pluviométrico das últimas 72 horas foi de 84,0 milímetros. A quantidade registrada supera à média para agosto que, segundo a Defesa Civil do Estado, é de 73,6mm – sendo uma das mais baixas do ano para a região.
Apenas nas últimas 24 horas, choveu 80% do que era esperado para todo o mês – 57,4 mm de precipitação, conforme dados da Defesa Civil santista. No acumulado do mês, o desvio supera a 81,25% da média história. Ainda conforme o órgão santista, até a manhã desta sexta-feira, a cidade registrou 133,4 mm de chuva.
Devido ao alto volume de precipitação nas últimas 72 horas, os morros santistas foram classificados no estado de Atenção. A nomenclatura é acionada assim que a quantidade de precipitação supera a marca de 80 mm e com previsão de condições climáticas persistentes. Ainda conforme o órgão santista, não houve registro de ocorrências, apenas alagamentos em alguns pontos da cidade.
Segundo a administração santista, há pontos de alagamentos na Avenida Nossa Senhora de Fátima, na aproximação com.a Rua Ana Santos e a Rua Boris Kauffmann. E semáforos piscantes em alguns locais: Rua Campos Sales x Praça Iguatemi Martins; Avenida Conselheiro Nebias x Rua Lobo Viana; Avenida Nossa Senhora de Fátima x Rua Boris Kauffmann; Avenida Bernardino de Campos (Canal 2) x Rua Pedro Américo. A prefeitura diz que as equipes de manutenção estão em campo para os reparos.
Frente Fria
A mudança nas condições climáticas deriva da passagem de uma imensa massa de ar polar, que se encontra estacionada sobre a faixa do litoral paulista, e responsável por derrubar as temperaturas na Baixada Santista nos próximos dias. Entre a madrugada desta sexta-feira (21) e a noite de sábado (22), os termômetros regionais devem marcar a mais forte onda de frio deste inverno, conforme dados do Instituto Climatempo.
Nesta sexta-feira (21), a previsão é de mínimas na casa dos 14º e máximas de 17º. Cenário que se reperirá no sábado (22), quando os termômetros devem chegar a, no máximo, 18º. Além do frio e chuvas, a massa de ar polar provoca agitação marítima, com possibilidade de ressaca.
A Dersa – estatal responsável pela travessia marítimas no Estado – informa que as condições climáticas podem gerar atrasos ou interrupção momentânea nos serviços de balsas entre Santos e Guarujá.
Conforme a Defesa Civil de Santos, a mar teve oscilação quase três metros às 2h desta sexta-feira. A tendência é de elevação e manutenção das condições por mais 24h, conforme previsão do Centro de Hidrografia da Marinha (CHM). A passagem de uma frente fria em conjunto com o sistema de alta pressão pós-frontal provocará ventos com intensidade de 75 km/h (40 nós) na faixa do litorânea paulista até este sábado (22).
