Editora-chefe de A Tribuna, Arminda Augusto, fala sobre os 127 anos do jornal

Em um mundo cada vez mais conectado e rápido, é preciso caminhar junto com a vontade de seu público, estar onde ele quer que estejamos

Por:  -  26/03/21  -  17:45
  Foto: Alexsander Ferraz/AT

Algumas filosofias mais antigas nos ensinam a reverenciar os antepassados, a agradecer a eles pelo que somos, pelo que temos, pelas oportunidades que nos foram dadas. Cada tempo da humanidade traz seus desafios e, uma vez vencidos, tornam-se um legado de superação para as gerações que vão chegando.


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Do dia 26 de março de 1894 ao dia de hoje, 26 de março de 2021, centenas de pessoas passaram por aqui: de jornalistas que redigiam seus textos em máquinas de escrever, a linotipistas que compunham as páginas em pesados equipamentos de ferro, letra por letra, linha por linha. De motoristas que levavam as páginas prontas até o parque gráfico, ao torneiro mecânico que alinhava a rotativa para imprimir os exemplares.


Reverenciar os antepassados vai além de imaginar como era o trabalho sem internet, sem aplicativos, sem banda larga e todas as facilidades proporcionadas pela tecnologia. Como pesquisar um tema sem recorrer ao Google? Como entrevistar alguém sem celular? Como encontrar uma fonte que está do outro lado do mundo?


Mas não, não são as ferramentas tecnológicas que carregam uma marca por 127 anos, tampouco o quanto ela investe em marketing pessoal junto a sua comunidade. Estar hoje aqui, escrevendo a sua própria história, fala de valores selecionados lá naqueles idos de um Brasil que mal tinha saído da escravidão e tão recentemente ingressado na República.



Naquele tempo como agora, levar informação à comunidade é ferramenta para o empoderamento, para a tomada de decisão, para a escolha de caminhos que levem a região ao desenvolvimento, ao progresso, à redução de desigualdades. Naquele tempo como agora, esse caminho só se constrói se os protagonistas estiverem comprometidos com a busca da verdade, com a pluralidade de ideias, com a diversidade de opiniões.


Ao longo dos anos e das décadas, A Tribuna assistiu ao desmembramento e criação de novos municípios na região, viu pontes e túneis reduzirem as distâncias, viu bairros se esvaziando e outros adensando, viu um parque industrial ser montado bem aqui perto, viu um pedaço de cais virar o maior porto da América do Sul, viu um time de futebol ganhar projeção internacional, viu edifícios chegarem ao céu, o chão de terra batida virar asfalto, o saneamento chegar e a iluminação elétrica afastar o breu das ruas. Um privilégio poder contar essa história ao longo dos anos. Mais que isso: ter essa história contada e guardada para que outras gerações possam saber que assim se passaram os fatos, assim aconteceram aqui.


Em 127 anos, centenas de milhares de histórias já foram contadas, e depois consultadas, transcritas, citadas, relembradas. Disponibilizar esse legado a quem nos permitiu contá-lo é parte de um compromisso com a comunidade e, por isso, o processo de digitalização pelo qual A Tribuna passa é tão relevante e significativo. A Tribuna devolve ao seu público a matéria-prima que a trouxe até aqui: informação.


Em um mundo cada vez mais conectado e rápido, é preciso caminhar junto com a vontade de seu público, estar onde ele quer que estejamos. Páginas impressas e páginas no mundo web precisam conversar, caminhar juntas, se complementar. O universo da transformação digital é dinâmico: o que serve hoje pode não servir amanhã. Aos textos e fotos vieram se juntar os vídeos, animações, hiperlinks, podcasts e uma infinidade de recursos que conversam com o leitor de forma mais interativa e prática. E por que não se aventurar nesse universo e incorporar tudo que as novas tecnologias estão nos oferecendo?


A beleza de uma história de 127 anos é encontrar pontos comuns entre os antepassados que nos trouxeram até aqui e os que virão para continuar esse legado no futuro: prazer pelo jornalismo bem feito, comprometido com sua comunidade.
Vida longa a A Tribuna!
(Arminda Augusto,Editora-chefe)



"Um marco A Tribuna chegar aos 127 anos com tanta energia e vigor, e ciente de seu papel na comunicação regional. Ciente também de seu papel no desenvolvimento da região, uma região que tem o maior porto da América do Sul, um grande time de futebol e uma comunidade muito participativa. Jornalismo sério é a marca de A Tribuna, que também permeia os demais veículos: a rádio, a TV Tribuna e o portal, que no início de abril estará repaginado, com mais informação e tecnologia de ponta, desenvolvida aqui mesmo no grupo. Site e jornal são um só. É uma tendência mundial. A comunicação é uma das ferramentas mais importantes da atualidade, e nos desafiamos todos os dias para levar informação o dia todo, da forma como o consumidor quiser. Esse é o nosso papel, o nosso compromisso".
(Roberto Clemente Santini, diretor-presidente da TV Tribuna)


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