Dia Nacional dos Aposentados: sem comemorações, mas com muitas reivindicações

A categoria quer mudanças para evitar a defasagem no valor dos benefícios, auxílio emergencial e calendário de vacinação

Por: Rosana Rife & Da Redação &  -  24/01/21  -  18:51
Panta Fanto pede para que o governo olhe mais para o aposentado
Panta Fanto pede para que o governo olhe mais para o aposentado   Foto: Carlos Nogueira/AT

Por conta da pandemia do novo coronavírus, não haverá passeatas ou outros atos para comemorar, neste domingo (24), o Dia Nacional dos Aposentados. Apesar disso, a categoria continua em alerta para reivindicar mudanças que evitem a perda do poder de compra de aposentadorias e pensões no País e cobra ainda do Governo o pagamento de um auxílio emergencial e um calendário de vacinação.


Clique e Assine A Tribuna por apenas R$ 1,90 e ganhe acesso completo ao Portal e dezenas de descontos em lojas, restaurantes e serviços!


“Nos últimos 30 anos só tivemos perdas. Desde de o governo Collor acumulamos defasagem de 100% nos valores dos benefícios. Não dá para continuar como está. Mas não conseguimos nos mobilizar agora por conta da covid-19, somos grupos de risco”, informa o presidente da Associação Nacional dos Aposentados (Anapi), Antônio Carlos domingues da Costa.


O aposentado Silvio Santos, 81 anos, sabe bem o que isso significa. Ele recebia o equivalente a sete salários e meio quando deixou a ativa. Hoje o benefício não chega a três. “Você se aposenta pensando que vai ficar tranquilo e aproveitar a vida, já que trabalhou muito, né. No começo até consegui. Viajei, fiz muita coisa que queria. Mas agora não dá para fazer mais nada. É o básico. Por sorte não pago aluguel”.


Panta Fauto, 94 anos, também passa por situação parecida. Depois de trabalhar décadas como soldador de tubulação, o que incluiu até uma temporada na Arábia Saudita, na década de 1980, agora encara um contracheque mirrado. “Acho que eles tinham que olhar mais pelo aposentado. Já ajudamos muito esse País e quando a gente aposenta só vê o dinheiro ir diminuindo”.


Segundo o presidente da Anapi, essa situação se repete em todo o País. “Na época do governo Fernando Henrique já se falava que o objetivo era ter uma Previdência semelhante a do Chile, que pagava, no máximo, três salários. Estamos chegando a essa meta. E, com a pandemia, nem podemos nem ir para as ruas”.


Mais frentes de luta


O pagamento de um auxílio emergencial é outro pedido a ser feito ao Governo Federal, diz o presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, João Inocentini. Em vez de adiantamento do 13º, a categoria prefere contar com um apoio a mais.


“Eles adiantaram o 13º, mas o abono de natal é um direito nosso. Agora o problema é que muitos estão ajudando filhos e netos que perderam emprego, sem contar que 67,5% dos recebem um salário-mínimo (R$ 1.100,00), por isso pedimos o auxílio, acrescenta Inocentini.


Garantir um calendário de vacinação para idosos é outra frente de batalha. “Somos grupo de risco. A maior parte dos mortos por coronavírus também são de idosos. Não podemos nem nos mobilizar por conta dessa situação. Então, queremos que nos informem uma data concreta para vacinar os idosos no País. Fomos à Justiça pedir isso e aguardamos uma resposta”, diz Inocentini.


Logo A Tribuna
Newsletter