O desempenho dos estudantes do Ensino Médio na rede pública estadual piorou em 2019, após cinco anos de crescimento. É o que mostra o Índice de Desenvolvimento da Educação de São Paulo (Idesp). Ele é calculado com base nos dados de aprovação, reprovação, abandono escolar e dos resultados do Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado (Saresp), que mede o conhecimento dos alunos em Português e Matemática.
Depois de uma sequência de crescimento que começou em 2013 (1,83) e foi até 2018 (2,51), no ano passado, o principal índice que mede a qualidade do ensino paulista foi a 2,44. No Ensino Médio, a avaliação revela uma piora dos resultados nas duas disciplinas. Em Língua Portuguesa, a média caiu de 278,8 para 274,5, entre 2018 e 2019. Já em Matemática, a nota passou de 278,8 para 274,5.
Ensino Fundamental
Por outro lado, o Idesp 2019 mostra que houve avanço no Ensino Fundamental. Nos anos iniciais, o índice subiu de 5,55, em 2018, para 5,64, no ano passado. Nos anos, finais, o número alcançou 3,51, em 2019, ou seja, 0,13 ponto percentual a mais que os 3,38 de 2018.
No entanto, quando o Idesp é detalhado e os dados do Saresp analisados separadamente, é possível perceber que o desempenho em Português não segue o ritmo esperado. Entre os alunos do 5º ano, foi registrada ligeira queda, comparando-se 2018 e 2019: de 217 para 216,8. Por outro lado, em Matemática, o desempenho dos estudantes do 5º ano saltou de 227,4 para 231,3.
No 9º ano, o Saresp apontou uma estagnação em Língua Portuguesa, com exatos 249,6 tanto em 2018 quanto em 2019. Em Matemática, foi registrado um crescimento de 255,6 para 259,9 no mesmo período.
Secretaria
Questionada por A Tribuna sobre a queda nos números do Ensino Médio, a Secretaria de Estado da Educação destacou que isso mostra que a etapa continua com um gargalo e, para melhorá-la, uma série de ações pedagógicas foi implementada.
A principal delas é o Inova Educação. O programa vai incluir no currículo obrigatório duas aulas por semana de uma atividade chamada ‘projeto de vida’, mais duas aulas eletivas e uma de tecnologia. Dessa forma, a expectativa é que os estudantes possam aprender e tratar de temas que respondem aos seus anseios e sonhos. Para isso, segundo o estado, foram capacitados 110,7 mil professores.
Outra ação é o programa Novotec, que oferece, em parceria com o Centro Paula Souza, opções de cursos profissionalizantes aos estudantes das escolas estaduais de Ensino Médio. Além disso, diz a pasta, a partir deste ano, a rede ganhará 247 escolas do Programa de Ensino Integral (PEI).