De volta às feiras de Santos, pastéis fazem a alegria da clientela

As barracas não puderam ser montadas durante semanas por conta da pandemia do coronavírus e, agora, teve gente que levou lista com pedidos de vários familiares para compensar os vários dias sem o quitute

Por: Rosana Rife  -  05/05/20  -  18:56
Cliente levou lista com pedidos de vários familiares para compensar os vários dias sem o quitute
Cliente levou lista com pedidos de vários familiares para compensar os vários dias sem o quitute   Foto: Alexsander Ferraz/AT

A  volta das barracas de pastéis e de caldo de cana às feiras livres de Santos virou motivo de comemoração para clientes, que estavam morrendo de saudades dos quitutes, e de alegria para os comerciantes, que viram o faturamento despencar desde a proibição das atividades, há semanas, por conta da pandemia do novo coronavírus.


A aposentada Leonice Pavanel, de 65 anos, chegou logo cedo à feira da Rua Oswaldo Cruz, no Boqueirão, nesta terça-feira (5), com uma lista de encomendas da família. Há mais de três semanas sem que eles possam saborear um dos salgados preferidos, ela fará comemoração em casa.


“Estou levando cinco para o lanchinho da manhã. Foi um sofrimento nessas últimas semanas ir à feira e sair sem um pastel. Uma tristeza só lá em casa”, brinca, após fazer os pedidos.


A psicóloga Mylene Huidobro também não resistiu e saiu com o quitute quentinho para degustar em casa. “É irresistível. Quando soube que tinham voltado, foi uma alegria. Eles fizeram muita falta”, acrescentando, em tom de brincadeira, que andou a feira toda para compensar as calorias que absorverá com o consumo do pastel.


Alívio


Os donos das barracas montaram um esquema especial, com água, sabonete e álcool em gel disponíveis a todos os clientes. Fita de isolamento para manter a distância entre os consumidores e até uma espécie de tela plástica de proteção foram utilizados para cumprir as exigências do Município. Os pastéis e demais salgados não podem ser consumidos no local. Os funcionários trabalham com máscaras e luvas e cada um cuida de um detalhe no atendimento ao público.


As exigências foram adotadas com gosto por Marcelo Oshiro, de 38 anos. Ele conta que, durante as cinco semanas em que ficou impedido de trabalhar na feira, tentou atuar com delivery. Contudo, o resultado nem se compara com as vendas diretas e o faturamento caiu 80%.


“Estamos cumprindo todas as medidas. Foi muito ruim ficar parado, mas não estamos no mesmo ritmo. Tem muita gente que ainda não sabe que o pastel pode de novo ser vendido na feira. Mas, graças a Deus que a gente pôde voltar a trabalhar”.


Na barraca de Tereza Hirom, de 54 anos, o movimento estava acelerado logo cedo. Segundo ela, os clientes chegaram a mandar mensagens pelo WhatsApp pedindo o retorno. “Foi bom poder voltar. Temos muitas contas a pagar e funcionários para manter. Estava difícil”.


Complemento


Quem também voltou às feiras livres santistas foram as barracas que vendem caldo de cana, bebida que para muitos forma a combinação perfeita com um bom pastel. E para o dono de uma delas, José Rodrigues Loreto Filho, de 64 anos, só resta trabalhar em dobro para recuperar o tempo perdido.


“No nosso caso, montar delivery não compensa. Ficamos parados. Foi bastante complicado ficar parado, devido às contas. Há o pagamento de funcionários. O movimento não voltou como antes. Está 50% abaixo do normal. Acho que é porque as pessoas estão saindo menos de casa e com pouco dinheiro. Mas acredito que tudo vai melhorar”.


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