Petroleiros mantêm greve, apesar de multa de R$ 500 mil por dia

Categoria afirma respeitar decisão liminar do TST, que determinou quantidade mínima de 90% dos trabalhadores na ativa

Por: Eduardo Brandão  -  06/02/20  -  22:23
Atualizado em 06/02/20 - 22:39

Apesar de decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) de manutenção de 90% dos petroleiros nos postos de trabalho, a categoria manteve a paralisação marcada para ser iniciada a partir da 0h deste sábado (8).  A decisão foi tomada no fim da tarde desta quinta-feira (6), após reunião entre sindicalistas e corpo jurídico da entidade.


O encontro traçou os próximos passos da mobilização e buscou uma solução jurídica a fim de evitar o pagamento da multa diária imposta pelo TST pelo não cumprimento da decisão.


O valor é de R$ 500 mil por dia, válido aos sindicalistas regionais e do Rio de Janeiro. “A greve está mantida e será dentro dos parâmetros estabelecidos na decisão da Justiça”, diz o coordenador geral do Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro) do Litoral Paulista, Adaedson Bezerra Costa.


A greve da categoria foi deflagrada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) no sábado passado (1º), sendo ratificada pela entidade regional na segunda-feira (3).  Foram 204 votos a favor, 36 contra e 32 abstenções em votações realizadas na sede e subsede do sindicato, em Santos.


Segundo a categoria, a mobilização é contrária a uma série de ataques sofridos pelos trabalhadores. Entre as queixas, eles citam a nomeação de Roberto Castello Branco à presidência da Petrobras, vendas de ativos estratégicos às multinacionais, numa tentativa de “colocar em prática o seu antigo sonho de privatizar” a estatal.


Os petroleiros acusam ainda a atual presidência da estatal de estar “entregando o pré-sal e descumprindo frontalmente o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT)”. Eles citam ainda a tentativa da alta cúpula da empresa em impor, sem negociação efetiva, uma nova tabela de turno e o fechamento de uma unidade no Paraná, com a demissão de mais de mil petroleiros diretos e terceirizados. 


Em nota, a Petrobras afirma tomar “todas as medidas operacionais e jurídicas necessárias para garantia das condições normais de operação”. A estatal diz ainda que as ausências por motivo de greve serão descontadas dos trabalhados. “A companhia espera o cumprimento imediato da decisão judicial pelas entidades sindicais e pelos empregados, e reforça que os motivos alegados para o movimento grevista não atendem aos critérios legais”. 


Logo A Tribuna
Newsletter