Gasolina em Cubatão é a mais cara do Estado de São Paulo

Preço médio do combustível no município é R$ 4,56 – contra os R$ 3,98 de Poá, cidade que possui o menor valor em todo o estado

Por: Da Redação  -  13/05/19  -  17:11
Um dos motivos do alto preço é que os postos vendem menos do que os de outras cidades da região
Um dos motivos do alto preço é que os postos vendem menos do que os de outras cidades da região   Foto: Nirley Sena

Motoristas de Cubatão não se surpreendem com os preços acima da média encontrados nos postos de combustíveis, mais caros do que em outras cidades da Baixada Santista. Mas a discrepância não é só regional.


Segundo o levantamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP) do mês de abril, Cubatão tem a gasolina mais cara de São Paulo. O preço médio dos preços praticados nos postos pesquisados da cidade é R$ 4,56. Guarujá ocupa a segunda posição do ranking paulista, com a gasolina a R$ 4,47. Em Santos, o valor médio apurado foi de R$ 4,27.


Para se ter uma ideia, na Capital, o preço médio praticado é R$ 4,13 e em Poá, o município paulista com preço mais em conta, o combustível é encontrado a R$ 3,98. Já no Brasil, o preço médio é R$ 4,43. A pesquisa mensal da ANP é realizada em 7.579 postos do Estado de São Paulo.


Para Anderson Luis Arcas Barboza, proprietário de um posto, o que acontece é que a venda é menor, existem poucos pontos de abastecimento em Cubatão e os moradores preferem encher os tanques de seus veículos fora. “Enquanto nas cidades vizinhas, um posto vende cerca de 300 mil litros, aqui isso não chega a 120 mil. Então, para fechar as contas do estabelecimento com um volume de venda pequeno, temos que aumentar o valor”, afirma.


Barboza considera também que os postos com “bandeiras” – aqueles vinculados a uma distribuidora – não têm poder de negociação, uma vez que eles não podem comprar o combustível mais barato de outros fornecedores.


A cobrança diferenciada das distribuidoras entre cidades vizinhas também é apontada pelos comerciantes do ramo como um dos motivos do preço alto. “Uma vez, me entregaram por engano uma nota fiscal que iria para outra cidade. A diferença de valores era bem grande, principalmente nos impostos”, diz a gerente de posto de gasolina Maria do Carmo Barbosa de Souza.


Os comerciantes do setor não acreditam em uma mudança significativa a curto prazo para o consumidor no preço das bombas. “Sentamos para conversar com o distribuidor, explicamos que precisamos aumentar o volume de venda para ter um preço melhor, que queremos ser mais atrativos para sobreviver, mas não tem efeito”, lembra Barboza.


Outros fatores


A Associação Nacional das Distribuidoras de Combustíveis, Lubrificantes, Logística e Conveniência (Plural) afirma que o preço dos combustíveis é livre e o valor na bomba para o consumidor final é definido pelos postos revendedores e que não tem conhecimento da estratégia de precificação das distribuidoras.


Por nota, a entidade destaca que o preço final do combustível envolve outros fatores, além do valor de venda determinado pelas refinarias, como o preço de aquisição do produto, os tributos, a logística (fretes, armazenagem e manuseio), a remuneração dos distribuidores e a remuneração recebida pelos revendedores.


“Duas dessas variáveis – custo do produto e tributos – são responsáveis por mais de 80% do preço final, e a margem das distribuidoras mais os fretes é inferior a 5%. Quatro impostos incidem sobre os combustíveis e alguns deles, como o ICMS, têm alíquotas diferentes para cada estado, outro fator determinante para a oscilação dos valores no caminho percorrido entre a refinaria e a bomba”, explica a Plural.


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