Estudante de Cubatão passa em universidade dos EUA e pede ajuda para realizar sonho

Isabelly Veríssimo, de 18 anos, foi selecionada para Neurociência, na Flórida

Por: Tatiane Calixto & Da Redação &  -  20/06/20  -  13:37
Isabelly é da Vila São José e estudou em escola pública
Isabelly é da Vila São José e estudou em escola pública   Foto: Matheus Tagé/AT

Estudante de Cubatão passa em universidade dos EUA e pede ajuda para realizar sonho


Em um momento em que o conhecimento científico passa por um período conturbado sendo desacreditado e, ao mesmo tempo, sinônimo de esperança, uma jovem moradora da Vila São José, em Cubatão, trava uma batalha para estudar no exterior, fazer pesquisa e contribuir com a Ciência. 


Isabelly Moraes Veríssimo dos Santos, de 18 anos, foi selecionada e ganhou uma bolsa de mérito escolar no valor de 16 mil dólares para cursar Neurociência em uma universidade da Flórida, nos Estados Unidos. Mas para embarcar de vez nesta conquista, ela precisa arrecadar recursos para complementar os gastos no exterior. Por isso, organizou uma vaquinha virtual.


Educação


Formada como técnica em Informática no Instituto Federal de Cubatão, Isabelly é fruto da escola pública e fez o Ensino Fundamental em colégio municipal. Mais velha de três irmãos e filha de uma doméstica e um eletricista, ela sempre valorizou a Educação. 


Tanto que se mostra orgulhosa do pai, que aos 39 anos, está perto de garantir seu primeiro diploma superior, se formando em Engenharia Elétrica. “Ele teve que adiar esse sonho várias vezes por questão de saúde, financeira... Agora, finalmente, vai realizá-lo”. Apesar disso, estudar no exterior, a princípio, não estava nos seus planos. 


Fora do país


"Eu queria mesmo era ficar no País. Sempre tive em mente ajudar a desenvolver a ciência brasileira”, conta. Porém, Isabelly explica que não há graduação específica para Neurociência no Brasil. Na maioria dos casos, essa é uma pós-graduação. Assim, optar por uma faculdade fora lhe pareceu o melhor caminho. Porém, nem de longe o mais fácil. 


Isabelly teve que realizar o SAT, que é uma prova que serve para admissão na graduação americana – que pode ser comparada ao nosso Enem –,além de testes de proficiência em inglês. 


“As provas são caras e os formatos completamente diferentes do que estamos acostumados aqui”, detalha. Por isso, a experiência no teste e no material de apresentação que é exigido já tem feito com que outros estudantes a procurem em busca de dicas. 


“Eles avaliam toda a vida escolar e também as motivações. Eu, por exemplo, tenho problema cardíaco e passei a minha infância em hospitais. Cresci vendo a importância da figura de um médico. O meu, tinha muita empatia e me serviu de inspiração para escolher esse caminho”, relembra ela que planeja fazer a graduação em Neurociência e uma pós em Medicina (nos Estados Unidos, este é um curso de pós-graduação).


Valor da Ciência


A jovem também acredita que é preciso fortalecer a ciência no Brasil e incentivar a pesquisa, principalmente diante dos recursos naturais do país. “Ciência é mais do que saúde. Influencia na economia, educação, na política. Até pouco tempo, a ciência não valia aqui no Brasil e, hoje, estamos vendo, com a covid-19, o quanto ela é importante”. 


Até por isso, o objetivo de Isabelly é estudar no exterior e retornar ao Brasil para aplicar o que aprendeu. “Não me vejo atuando profissionalmente fora. Tenho muito o que fazer aqui. Quero ser pesquisadora, quero trabalhar no Sistema Único de Saúde”.


Vaquinha 


Mas para tornar real todos esses planos, ela precisa garantir recursos e comprovar que tem condições de se manter nos Estados Unidos por um ano. “Eu recebi a bolsa que arca com a maior parte da taxa anual da faculdade. Mas com a alta do dólar, eu preciso de ajuda para arcar com custos de alimentação, dormitório e um plano de saúde. Depois estando lá, vou em busca de um trabalho e outras bolsas por desempenho. Mas, para isso, preciso estar estudando”. Quem quiser ajudar pode 
acessar o site
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