Cubatão completa 72 anos de emancipação político-administrativa nesta sexta

Município comemora aniversário de olho em suas transformações para superar os efeitos da pandemia

Por: Da Redação  -  09/04/21  -  10:48
Avenida 9 de Abril, uma das principais da cidade
Avenida 9 de Abril, uma das principais da cidade   Foto: Carlos Nogueira/AT

Nesta sexta (9), Cubatão completa 72 anos de emancipação político-administrativa sem ter o que comemorar por conta do novo coronavírus, mas buscando na sua própria história força para atravessar a pandemia. E, assim, dirigir o foco para uma reinvenção que garanta crescimento para a cidade e uma vida melhor para os cubatenses.


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Segundo o historiador Welington Ribeiro Borges, a história do município começa há 488 anos, no dia 10 de fevereiro de 1533. Foi quando Martim Afonso de Souza deu a posse das terras de Cui-pai-ta-ã (leia mais no destaque ao lado) ao colono português Rui Pinto. “A partir daí, a história da cidade transcorreu de forma bastante diversa aos demais municípios da região”, afirma Borges.


Ele explica que Cubatão experimentou nos três primeiros séculos de história um período de abandono, servindo unicamente como passagem entre o planalto e o porto. E com a construção da ferrovia e o aparecimento da cultura cafeeira, no final do século 19, as atividades ficaram ainda mais estagnadas.

“Mas, a partir daí, a cidade diversificou a produção agrícola voltada para o mercado interno: banana, mexerica, laranja, arroz, goiaba entre outras frutas destinadas à alimentação. A banana destaca-se como o principal produto a ser cultivado, gerando grande desenvolvimento”, pontua.


Foi então que a industrialização, que já vinha ocorrendo em outras partes do Brasil, chegou às terras cubatenses, permitindo a implantação de indústrias como as companhias Anilinas Produtos Químicos do Brasil e a Santista de Papel.
“Seguindo os projetos desenvolvimentistas operacionalizados pelo Estado brasileiro, Cubatão é escolhida na década de 1950 para sediar um dos maiores complexos industriais do País. De pequeno povoado até a década de 1940, a cidade tornou-se, em apenas 26 anos, um dos maiores parques industriais da América Latina”, afirma Borges.


A implantação da Refinaria Presidente Bernardes, da Cia. Siderúrgica Paulista e as demais indústrias químicas e de fertilizantes transformou definitivamente o espaço urbano, impactando toda a região.


O resultado de todo esse processo, porém, não foi apenas positivo, lembra Borges. Se por um lado a implantação das indústrias gerou riqueza e progresso para o País, por outro a grande concentração de fábricas num espaço pequeno e cercado pelas encostas da Serra do Mar contribuiu para os altos índices de poluição atmosférica da região. Além disso, a ausência de políticas públicas fez surgir favelas e pobreza.


“Mas a situação mudou. Os problemas ambientais tiveram que ser enfrentados e foram equacionados, e as lutas da classe operária ajudaram a mitigar o problema da pobreza e da falta de condições de vida”, analisa o historiador.


Com as diversas transformações sociais e econômicas, a cidade enfrenta outros grandes desafios. Conforme Borges, o processo de desindustrialização fechou fábricas e causou desemprego em massa. Com a pandemia, a situação tende a se agravar.


Nordestinos


Entre as décadas de 30 e 70, com a construção das rodovias Anchieta e Imigrantes, inúmeros nordestinos se estabeleceramem Cubatão, buscando trabalho e a realização do sonho de uma vida melhor. Uma nova onda de trabalhadores vindos desta região aconteceu com a instalação do polo industrial no município, fazendo de Cubatão uma das cidades mais nordestinas
do Brasil fora do Nordeste.


“A cidade precisa diversificar sua economia com a atração de novas empresas. Mas, precisa também compreender que nesse novo cenário as opções de crescimento estão atreladas às novas tecnologias aliadas a geração de emprego e renda”.


Origem do nome


A origem do nome Cubatão possui várias hipóteses quanto a sua origem e significado. Conforme o historiador Francisco Martins dos Santos, o nome provém do tupi Cui-pai-ta-ã, transformado em Cubatão por assimilação. Segundo esse autora palavra significaria “rio que cai do alto”.


Outro estudioso, José de Souza Bernardino, levanta outro significado para a palavra: pequeno morro. Já o historiador João Mendes de Almeida defende que o nome Cubatão significa “empinado em escadaria e teria origem na palavra indígena Gu-bi-itã. Para o estudioso cubatense Joaquim Miguel Couto, Cubatão vem de Cu-ba-tã, ou seja, Rio de Pé de Serra.


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