Cubatão completa 71 anos de emancipação

Há algo de especial no 9 de abril: um misto de orgulho e reconhecimento da história invade o coração do cubatense. Afinal, nesta quinta-feira, a cidade comemora 71 anos de emancipação político-administrativa. Data que o historiador, economista e bisneto dos fundadores da moderna Cubatão, Joaquim Miguel Couto, descreve como a mais importante depois do próprio aniversário.

Apesar da importância do dia para a construção da identidade local, o momento não é de festa por conta dos esforços para conter a Covid-19. Não haverá atos oficiais ou desfiles civis, como normalmente ocorreria. “É momento de união para salvar vidas. E a comemoração será no coração do cubatense”, diz o prefeito Ademário Oliveira (PSDB).

Em meio ao cenário de queda na arrecadação e aumento das despesas com Saúde, ele afirma apertar o cinto das finanças para manter a máquina pública. “Mantemos as medidas que fizemos desde que assumimos: revisar e negociar cada contrato e direcionar esses recursos para o bem do cubatense”.

Oliveira diz que as atenções do corpo técnico da prefeitura estão voltadas em manter o equilíbrio fiscal e minimizar os impactos da pandemia. “O coronavírus vai passar. A palavra que trago é de esperança, de continuar trabalhando para evitar o pior para o futuro da cidade”.

História

Embora celebrado nesta quinta, o desmembramento de Santos começou a ser escrito após uma partida de futebol do Esporte Clube Cubatão, no início de 1948. O bom momento vivido pela construção da Via Anchieta e o comércio local foram elementos para os primeiros gritos de emancipação.

Couto explica que boa parte da riqueza gerada em Cubatão era transferida para Santos - sede do distrito cubatense -, sem a devida aplicação local em melhorias. Foi o estopim para o plebiscito. Em 17 de outubro de 1948, a população compareceu às urnas para definir o futuro político cubatense: 1.017 pessoas decidiram pela autonomia política - apenas 82 votos contrários e uma abstenção. 

Àquela época, o então distrito santista em nada lembrava o intenso ritmo da cidade industrial. Era uma vila rural, tendo nos bananais a principal fonte de renda.

Antiga praça alfandegária no Brasil Colônia (1532-1822) e ponto essencial para a Independência do país - D. Pedro teve um problema intestinal curado em Cubatão pouco antes do grito às margens do Ipiranga -, a ocupação do território é datada de pelo menos 300 anos antes de Cristo. Assim sinalizam os sambaquis (antigas câmara funerárias feitas de conchas) encontrados nos sítios arqueológicos ao longo dos rios da cidade.