Criança luta contra doença rara pela 2ª vez e tem 3 meses para achar doador de medula

Família de Cubatão se mobiliza para encontrar doadores compatíveis após receber diagnóstico de leucemia mielóide aguda (LMA)

Por: Marcela Ferreira & De ATribuna.com.br &  -  16/01/20  -  10:18
Doença foi descoberta após mãe encontrar manchas rosadas no olho da filha
Doença foi descoberta após mãe encontrar manchas rosadas no olho da filha   Foto: Daniela Marques/Arquivo pessoal

Yasmim Marques Brito, de 7 anos, luta pela segunda vez contra um tipo raro de câncer, a leucemia mielóide aguda (LMA). A doença incomum, que voltou mais forte, faz com que a família, de Cubatão, se mobilize em uma corrida contra o tempo atrás de um doador de medula óssea. Médicos deram um prazo de três meses para encontrar um doador que seja 100% compatível com a criança.


A LMA é mais comum em pessoas idosas. Trata-se de uma doença que acomete a produção de células sanguíneas, gerando uma espécia de anemia. Os sintomas incluem fadiga, infecções e feridas. Já o tratamento inclui quimioterapia, medicação e transplante de medula óssea.


A doença foi percebida pela mãe de Yasmim, Daniela Marques de Araújo Brito, em fevereiro de 2019. Ela notou manchas rosadas em um dos olhos da menina, que foram inchando com o passar dos dias.


“Levamos ela a um oftalmologista, que pensou que fosse um tumor raro chamado ‘salmon-patch’. Ele pediu um hemograma e nos encaminhou para um hematologista”, lembra a mãe em entrevista para ATribuna.com.br.


Com pressa, o exame foi feito em um hospital de Santos. A resposta da médica preocupou ainda mais Daniela, que lembra de ter ouvido a doutora se referir ao resultado como “uma anemia bem esquisita”.


Mais uma bateria de exames foi realizada para que os médicos chegassem a uma conclusão. Enquanto isso, a criança não apresentava nenhum sintoma. Ela foi internada e liberada em seguida por falta de consenso entre os especialistas. Foi então que a pequena Yasmim foi encaminhada para o Centro Oncológico Graac, especializado em diagnóstico infanto-juvenil, em São Paulo.


Yasmin foi curada da LMA em outubro, mas doença voltou mais forte neste mês de janeiro
Yasmin foi curada da LMA em outubro, mas doença voltou mais forte neste mês de janeiro   Foto: Daniela Marques/Arquivo pessoal

“Eles disseram que não estavam afirmando que minha filha tinha câncer, mas que lá eles teriam melhores condições de avaliar a doença”, conta a mãe. No dia 15 de março, o diagnóstico da LMA foi feito, e o tratamento começou. Com a quimioterapia, Yasmim passou a ter reações como inflamação intestinal, chegando a ficar oito dias em jejum absoluto, e pneumonia com derrame pleural.


“Depois da segunda sessão de quimioterapia, a médica disse que a medula dela havia entrado em remissão. O tratamento dela durou seis meses. Minha filha estava curada”, relata Daniela. Em outubro, entretanto, uma nova mancha apareceu no olho de Yasmim.


À procura de um doador


Os médicos não acreditavam que poderia ser a mesma doença novamente, mas exames feitos no último dia 6 de janeiro acusaram a presença da LMA no sangue da menina. Agora, no entanto, a doença estaria ainda mais forte, e por isso Yasmim precisa encontrar um doador que seja 100% compatível em até três meses.


“Os médicos falaram que era quase impossível a doença voltar, e a dela voltou quase cinco meses depois da cura. Dessa vez é mais grave”, preocupa-se a mãe.


“Eu, o pai e a irmã de um ano dela já fizemos os testes de compatibilidade para doar medula óssea, e os resultados devem sair entre 18 e 20 de janeiro. Enquanto isso, estamos fazendo essa campanha, porque se não formos compatíveis, o hospital vai procurar doadores nos bancos nacionais e internacionais”, completa.


Agora, criança precisa encontrar um doador de medula óssea que seja 100% compatível
Agora, criança precisa encontrar um doador de medula óssea que seja 100% compatível   Foto: Daniela Marques/Arquivo pessoal

“Foi um susto, porque minha filha estava curada. Os médicos ficaram surpresos, não sabiam dizer como a doença poderia ter voltado. É muito raro acontecer. A médica disse que isso só aconteceu com uma criança há muitos anos. Eles acreditavam que isso não se repetiria mais”, desabafa.


Daniela diz que a filha tem reagido bem e colabora com os procedimentos. “Explicamos para ela que teria que internar de novo, e ela tem muita força”.


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