Câmara de Cubatão rejeita quarto pedido de cassação do prefeito Ademário Oliveira

Ação movida pelo advogado Cícero João da Silva Júnior que chefe do Executivo teria fraudado processo licitatório para contratação de OS gestora da UPA do Parque São Luiz

Por: Bruno Gutierrez  -  23/09/20  -  19:33
Ministério Público apura denúncia contra o prefeito de Cubatão
Ministério Público apura denúncia contra o prefeito de Cubatão   Foto: Alberto Marques/Arquivo AT

A Câmara de Cubatão rejeitou, nesta terça-feira (22), mais um pedido de cassação do mandato do prefeito Ademário Oliveira (PSDB). Eram necessários 10 votos favoráveis para que a ação prosseguisse no Legislativo. No entanto, foram somente três votos a favor. Outros 11 parlamentares foram contrários e um esteve ausente.


Este foi o quarto pedido de impeachment do tucano rejeitado pela Câmara cubatense.


Na ação, o advogado Cícero João da Silva Júnior apontou que o tucano teria cometido fraude no processo licitatório para a contratação da Organização Social (OS)Instituto de Medicina, Saúde e Vida (ISMV), que faz a gestão da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Parque São Luiz.


Segundo o documento, o contrato foi firmado, em 1º de setembro de 2017, no valor de R$ 6,9 milhões. Porém, a entidade atuou com o nome de Organização Social e Educacional Vitória em Vida até outubro de 2016, em serviços educacionais. Naquele ano, ela mudou o ramo de atividade para a área da saúde, com a renúncia coletiva da antiga diretoria.


De acordo com o jurista, os fins da OS foram alterados as vésperas do início do mandato de Ademário justamente para participar do contrato público com dispensa de licitação.


Silva Júnior ainda coloca que "é manifesta a intenção do denunciado (Ademário) em fraudar o processo licitatório". Ele colocou que o prefeito teria infrigido o artigo 2, parágrafo 4 da Lei Municipal 2.764/02, que prevê que a entidade deve comprovar a atuação pelo prazo de cinco anos na área a qual pretende celebrar o contrato.


O jurista também relata violação do artido 24 da mesma lei, que aponta a necessidade de parecer daComissão Municipal de Publicização para a qualificação e desqualificação da entidade de interesse público. "Esse era um dos obstáculos intransponíveis para a contratação da organização, e ainda sim, o denunciado celebrou o contrato, ocasionando prejuízos ao erário público, sem que houvesse licitação para obtenção da proposta mais vantajosa para o Município", escreveu Cícero.


Confira como votou cada vereador:


Aguinaldo Araújo (MDB) - contrário


Dr. Anderson Veterinário (PSDB) - contrário


Toninho Vieira (PP) - a favor


Cesar (PSDB) - contrário


Roxinho (MDB) - contrário


Ivan Hidelbrando (PSB) - contrário


Jair do Bar (MDB) - contrário


Cleber do Cavaco (PL) - contrário


Lala (Patriota) - a favor


Marcinho (PSB) - contrário


Rafael Tucla (PP) - a favor


Ricardo Queixão (PSDB) - contrário


Rodrigo Alemão (PSDB) - contrário


Sergio Calçados (PSB) - ausente


Wilson Pio (PSDB) - contrário


Cinco pedidos de cassação


O advogado já apresentou, com este, cinco pedidos de cassação do prefeito de Cubatão.A Câmara de Cubatão já havia rejeitado, em 7 de maio de 2019, o primeiro pedido.À época, o advogado acusou a Administração Municipal de não usar adequadamente os recursos da Contribuição de Iluminação Pública (CIP). Mas, segundo o parecer da Comissão de Justiça e Redação do Legislativo, que analisou a admissibilidade da solicitação do advogado, a denúncia não apresentou elementos ou indícios da prática do delito gerador da acusação.


A segunda recusa veio em 18 de junho de 2019. Desta vez, o jurista alegou que o tucano precisava ser cassado pelo fato de não respeitar o Legislativo, devido ao não cumprimento das emendas impositivas do ano passado, indicadas pelos vereadores, e por remanejar a execução delas para o exercício seguinte.


No terceiro pedido, Cícero João da Silva Júnior acusou Ademário de omissão, infração político-administrativa e negligência relativas ao abandono das escolas municipais, que, segundo ele, vêm sendo invadidas, depredadas e roubadas.


Em um quinto recurso, ainda não apreciado na Câmara, o jurista entende que o prefeito cometeu, no mês passado, uma infração político-administrativa grave ao nomear como assessor de Assuntos Estratégicos Alex Ferreira dos Santos, que é o diretor-presidente do Centro de Aprendizagem Metódica e Prática Mário dos Santos - Camp Cubatão. O cargo é vinculado à Secretaria Municipal de Governo.


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