Ademário de Oliveira processa jornalista por matéria de Supla em Cubatão

A gravação de um clipe do cantor paulistano Supla continua a movimentar a vida pública de Cubatão. O prefeito Ademário de Oliveira (PSDB) ingressou uma ação de interpelação judicial, nesta segunda-feira (3), contra uma jornalista do portal UOL. O motivo: o tucano se sentiu inconformado com os termos usados pela colunista ao abordar a passagem do filho mais velho dos políticos Marta e Eduardo Suplicy pelas locações cubatenses, no mês passado.

Para narrar a epopeica gravação do clipe do single ‘Kung Fu On You’ – que agitou as redes sociais no mês passado, tendo Cubatão como cenário – a colunista Aline Ramos comentou que a passagem do cantor interferiu na política cubatense. Isso porque situação e oposição tentaram angariar dividendos eleitorais para a corrida pela sucessão ao paço municipal, em novembro.

Na coluna publicada no dia 7 de julho, a profissional sustenta que a celebração do poder público local pela a passagem do artista contrasta com a realidade do município. “Interesses, muitas vezes espúrios e eleitoreiros insistem em trabalhar para denegrir a imagem das pessoas, sem ao menos se ter a noção da capacidade de destruição e alcance que uma informação inserida em um órgão de imprensa pode alcançar, ainda mais em se tratando de comunicações descontextualizadas e superficiais”, cita a defesa do tucano. 

Na peça judicial, no qual ATribuna.com.br teve acesso, o político contesta o seguinte trecho da reportagem: “Além do alto índice de desemprego, a cidade acumula diversos problemas. Os cubatenses precisam lidar diariamente com a falta de conservação das ruas, com uma crise nos hospitais e nas unidades básicas de saúde, com a drástica redução de salários dos professores da rede pública, com a redução de postos de emprego devido à terceirização de serviços, corrupção e mais alguns probleminhas”.

Foi justamente o parágrafo final o que mais incomodou o mandatário, conforme explica o a advogado de Ademário, Rafael Vitta. “Trata-se de uma ação preparatória para que ela possa se explicar, se quis atribuir a questão da corrupção ao prefeito ou de comentou de uma forma genérica”, destaca. O pedido ainda cita que os temos sejam extraídos da reportagem.

Segundo Vitta, a medida é preparatória a uma eventual ação de danos morais ou de queixa crime contra a profissional. “Ademário entendeu que, na forma com a qual (o tema) foi colocado (na reportagem) dá a entender que o governo estaria envolto em casos de corrupção”. Na peça judicial citam a apuração da profissional como “palpites exarados” que “não podem se confundir com o cometimento de crime contra a honra”. 

Procurada por ATribuna.com.br, na manhã desta terça-feira (4), a jornalista afirmou desconhecer a ação e que constituiu uma advogada para acompanhar o desdobramento do processo. Já a defensora não havia respondido aos questionamentos até a publicação dessa reportagem.