Creches não atendem demanda na Baixada Santista; confira levantamento

As 39.572 vagas na região são insuficientes

Por: Fernando Degaspari & Da Redação &  -  21/05/19  -  00:48
Caso procedimento não seja realizado, criança poderá ser retirada da lista de espera
Caso procedimento não seja realizado, criança poderá ser retirada da lista de espera   Foto: Imagem ilustrativa/Rogério Soares/AT

Jannypher Neri Nascimento, moradora de São Vicente, tem até 3 de junho para conseguir uma vaga na creche para a filha de 1 ano. Ela arrumou emprego, mas não tem com quem deixar a menina. Na Baixada Santista, mais de 6 mil crianças estão na mesma situação.


“Coloquei ela na lista de espera para poder trabalhar. Fui à Seduc (Secretaria de Educação) em dezembro, falaram que ela era a número três da lista e que era rápido, mas até agora nada”, lamenta Jannypher.


Para não abrir mão da vaga de assistente de telemarketing, ela já procurou até entidades particulares. “Estou vendo uma, mas é um absurdo de caro. Eu não tenho esse dinheiro. Ainda não sei o que fazer”, completa a moradora do Bairro Quarentenário.


A Prefeitura de São Vicente admite que cerca de 800 crianças de até 3 anos estão na lista de espera das creches. O Município oferece, aproximadamente, 5 mil lugares e promete abrir, em breve, mais 500 vagas.


Preocupação


As 39.572 vagas em creches oferecidas pelas nove cidades da região não são suficientes para atender à necessidade da população. Conforme levantamento feito por A Tribuna com as prefeituras, 6.775 crianças não têm onde ficar para os pais irem para o trabalho.


Em números absolutos, Guarujá tem o pior cenário entre as cidades da região. Embora o Município ofereça 5.022 vagas, 2.723 crianças ainda estão em lista de espera. O Município não tem previsão para novas construções ou convênios.


A Prefeitura de Mongaguá também não sabe quando arrumará lugar para acomodar as 460 crianças que esperam por uma caga. O Município oferece, atualmente, 900 lugares.


Peruíbe faz 1.184 atendimentos, mas ainda tem 245 crianças fora da creche. Novas vagas só no ano que vem. A Prefeitura, entretanto, não diz quantas serão.


Cubatão está em situação semelhante. Somente no próximo ano, 221 crianças saberão se poderão ficar nas creches. Atualmente, a Prefeitura oferece 3.447 vagas.


Otimistas


Santos é, entre os municípios da região, o que tem a menor quantidade de crianças sem creche: 175. É também o único a oferecer creche noturna, graças a um convênio com a Casa da Vó Benedita.


A Prefeitura promete, no ano que vem, abrir 561 novas vagas, o que acabaria com o problema. Hoje, são 8.573 atendimentos.


Praia Grande tem a maior rede de atendimento, com 11 mil vagas. Ainda assim, há um deficit de 1.077. A Prefeitura espera diminuir o problema no ano que vem com a construção de novas unidades e a abertura de 900 lugares.


Bertioga também afirma estar perto de resolver o problema. A Prefeitura diz que “em breve” deve abrir 300 vagas em creches. Hoje, há cerca de 400 crianças esperando. O Município oferece 1.960 lugares.


Itanhaém pretende abrir 600 vagas, o que diminuiria bastante a defasagem, de 674, mas não informou quando isso acontecerá. Hoje, a rede municipal oferece atendimento a 2.486 crianças. A Prefeitura informou que abrirá novas vagas em julho, mas não informou quantas serão.


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